Comércio fechado há 4 meses, quebradeira
e desemprego podem ser bem maiores
Assim que o fantasma da pandemia
da Covid-19 chegou a Nanuque, as primeiras medidas temporárias de prevenção ao
contágio foram tomadas com a publicação do Decreto Municipal nº 24/2020,
assinado pelo prefeito Roberto de Jesus (DC) no dia 30 de março. Hoje, quatro
meses depois, o fechamento do comércio contabiliza números preocupantes:
oficialmente, são 14 empresas que não mais voltarão a abrir suas portas e as
demissões de empregados já alcançam 553.
As informações foram confirmadas
na tarde desta sexta-feira (31) pela presidente da Associação Comercial e Empresarial
(ACE)/Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Naiara Souza Lima, com base em dados
da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG).
Porém, acredita-se que as
consequências da quebradeira e do desemprego podem ser bem maiores, já que
pequenos negócios nem sempre constam das estatísticas oficiais. Naiara já havia
antecipado a situação caótica quase três meses atrás, quando disse: “Já temos
estabelecimentos que fecharam para não abrir mais. Os efeitos desastrosos da
pandemia atingem principalmente os estabelecimentos relacionados como não
essenciais, incluindo lojas, restaurantes, escolas particulares, os feirantes e
os microempreendedores em geral. (...) A situação está ficando muito
difícil.”
CASOS CONFIRMADOS E ÓBITOS
AUMENTAM
A presidente da ACE/CDL acha
injusto atribuir culpa aos comerciantes. “Mesmo com as lojas fechadas, o número
de casos confirmados e de óbitos continua aumentando todo dia. Ontem [31/8], o
boletim epidemiológico da Prefeitura confirmou 394 casos com 12 óbitos e mais
um óbito em investigação”, justificou Naiara.
Reabertura das atividades econômicas
MUNICÍPIOS RECEBERÃO TRATAMENTO INDIVIDUALIZADO NA NOVA FASE DO PLANO
MINAS CONSCIENTE
A realidade de cada município
mineiro será considerada para determinar a reabertura segura da economia
durante a pandemia da Covid-19. A progressão de ondas do novo Minas Consciente,
que passa a valer a partir da próxima quinta-feira (6 de agosto), será feita
avaliando características como tamanho da cidade, logística de atendimento e capacidade
assistencial.
Para aprimorar a avaliação dos
contextos locais, o plano contará com uma divisão por microrregiões, agrupando
municípios que apresentam realidades semelhantes.
Outra mudança prevista na nova
versão é o tratamento simplificado para municípios com menos de 30 mil
habitantes. Essas cidades poderão progredir automaticamente para onda
intermediária do plano, que permite a reabertura de mais serviços, caso
apresentem baixo índice de casos ativos. Isso será permitido mesmo que a
microrregião esteja na primeira onda, que contempla apenas serviços essenciais.
O secretário de Estado de
Saúde, Carlos Eduardo Amaral, explica que a reavaliação do protocolo teve como
base a aproximação das realidades locais, sem perder a avaliação dos critérios sanitário
e assistencial.
“O objetivo é dividir o estado seguindo as
microrregiões de Saúde e fundir as cidades que não possuem uma característica
de independência assistencial àquelas vizinhas que já eram a sua referência.
Isso permitirá que, dentro de macrorregiões, seja possível identificar as
microrregiões que têm melhor ou pior desempenho médio. Assim, no caso de um
pior desempenho, podemos ser mais restritivos. E no caso de um melhor
desempenho poderemos permitir a evolução nas ondas”, diz.
Microrregiões
As 62 microrregiões que serão
contempladas pelo plano foram divididas em um trabalho conjunto entre as
secretarias de Saúde e de Desenvolvimento Econômico, avaliando a condição de
atendimento, a logística e a disponibilidade de leitos das cidades.
O secretário adjunto de Desenvolvimento
Econômico, Fernando Passalio, explica que a nova divisão permitirá uma gestão
customizada da reabertura.
“Como o estado é muito grande, nós tínhamos
macrorregiões com realidades internas muito distintas. Um exemplo é a Noroeste,
em que as cidades de Formoso, em um extremo, e Patos de Minas, no outro, tinham
uma distância de centenas de quilômetros, com uma realidade diferente e
capacidades de atendimento distintas. Esse recorte por microrregiões vai
permitir um olhar individualizado na progressão de ondas”, disse.
Com base nos indicadores das
microrregiões serão recomendadas as ondas de reabertura para aquelas cidades. A
análise das 14 macrorregiões de Saúde também será feita semanalmente. Caso as
indicações de onda sejam diferentes para a macro e a microrregião, caberá a
cada prefeito definir qual critério se aplica melhor no contexto do seu
município.
Municípios pequenos
Os municípios com menos de 30
mil habitantes também receberão um olhar individualizado, independentemente da
situação da microrregião em que estiverem inseridos. Conforme o novo plano,
essas cidades poderão avançar automaticamente para a onda intermediária, o que
permite a reabertura de estabelecimentos como bares, restaurantes, salões de
beleza e autoescolas.
Para a progressão, os
municípios precisam apresentar um índice de contaminação inferior a 50 casos
ativos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
A diferenciação foi feita após
debate envolvendo a Secretaria de Estado de Saúde, o Ministério Público e o
Grupo Executivo do Plano Minas Consciente. Entendeu-se que municípios de
pequeno porte, com população de até 30 mil habitantes, não possuem sistema de
transporte coletivo relevante, que é indicado como uma das principais formas de
contágio. Além disso, as rotinas e costumes são diferentes das cidades maiores
e a densidade demográfica baixa é menos propícia a aglomerações.
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