terça-feira, 24 de abril de 2018

TRIBUNAL MANTÉM CONDENAÇÃO DE EDUARDO AZEREDO


Ele foi o governador “da virada” em Nanuque nas eleições de 1994 e o 4º deputado mais votado em 2010


Na tarde desta terça-feira (24), o placar final do julgamento do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) ficou em três votos favoráveis à manutenção da condenação e dois contrários. Com isso, formou maioria no entendimento de que a condenação do tucano deve ser mantida.

O relator do processo, desembargador Júlio César Lorens, negou os embargos infringentes a Azeredo e foi acompanhado pelo desembargador Pedro Vergara e Adilson Lamounier. "Como governador do estado de Minas, ele tinha a plena posse do numerário entregue a título de patrocínio às estatais, determinando inclusive a conta para serem depositados", disse Vergara. Já o desembargadores Alexandre Victor de Carvalho e Eduardo Machado votaram contrário ao relator e acolheram o recurso da defesa.

Sobre a prisão de Azeredo, a defesa considera que ainda cabe recurso no processo em segunda instância, o chamado embargo declaratório. Na sustentação oral, o advogado Castellar Modesto de Carvalho Júnior destacou que, no caso confirmação da condenação, o tribunal deveria esperar todos os recursos em segunda instância.

DESVIO DE R$ 3,5 MILHÕES

O ex-governador tucano é acusado de ter desviado R$ 3,5 milhões em recursos de três estatais mineiras para sua campanha à reeleição em 1998. Azeredo teve a condenação confirmada pela 5ª Câmara Criminal do TJ em agosto de 2017. Na ocasião, com dois votos pela condenação e um pela absolvição, os desembargadores reduziram em nove meses a pena da primeira instância.

No julgamento desta tarde, o procurador de Justiça Antônio de Padova Marchi Júnior pediu aos desembargadores a confirmação da condenação de Azeredo nos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. "Sua campanha funcionou como um laboratório de um esquema de corrupção que se alastrou no meio político", afirmou.

Já a tese da defesa do tucano adotada no julgamento é de que não houve crimes de peculato. "Todos os dirigentes eximem o governador de qualquer responsabilidade. Não aparece o governador em nenhum momento", afirma o advogado de Azeredo, Castellar Modesto de Carvalho Júnior.

O advogado cita o ex-secretário de comunicação de Azeredo, Eduardo Guedes, e o agora secretário de Estado da Fazenda, José Afonso Bicalho, então presidente do Bemge, também condenados. "E, se não há o que se falar em peculato, cai por terra o crime precedente de lavagem de dinheiro", afirmou. (Texto transcrito do jornal Estado de Minas)

GOVERNADOR “DA VIRADA” EM NANUQUE

Ex-governador, ex-senador e, por último, deputado, Eduardo Azeredo (PSDB) sempre foi bem votado em Nanuque.


Azeredo ficou famoso na cidade e região por ser o governador “da virada” nas eleições de 1994, há 24 anos. No primeiro turno, seu adversário Hélio Costa, que concorreu na época pelo PP, obteve em Nanuque 8.517 votos contra apenas 2.507 dados a Azeredo (PSDB). Veio o segundo turno da disputa e, surpreendentemente, Azeredo virou o jogo, recebendo 11.374 votos dos nanuquenses. Hélio Costa caiu para 7.009.

Nas eleições de 2010, Azeredo foi o 4º deputado federal mais votado no Município, com 1.361 votos.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

CONVERSA DE BOTEQUIM: ZÉ GALDINO E UBALDO (11/4/2018)


 


Episódio de hoje: 
“A volta dos que não foram (foi só uma saidinha...)

Nos anos 80, exatamente em 1984, o Brasil não usava telefone celular, computador era coisa distante da vida das pessoas e internet, nem pensar, mas Zé Galdino e Ubaldo já existiam, ou melhor, tinham acabado de nascer, paridos de um caso entre a cabeça de um cara de 19 anos e uma velha máquina de datilografia.

Quase 35 anos depois, Zé e Uba estão de volta, sempre no seu habitat natural, que nada mais é do que uma mesa ou balcão de boteco, no melhor estilo “copo sujo”, como são conhecidos de forma elegante e preconceituosa os melhores botequins da vida.

E lá estão eles, em qualquer boteco da cidade, tomando umas e outras, falando disso, daquilo e de sei lá mais o quê...

            - Grande Zé...
            - Meu amigo Ubaldo...
            - Bom te ver aqui de novo...
            - Digo o mesmo... Tanto tempo, né... A gente vai vivendo e aprendendo a dizer: “vivendo e aprendendo”... Só que não aprende porra nenhuma... hehehe... Ô chefiaaa!!! Traz uma cerveja aqui pra gente!!!
            - Esse é o velho Zé Galdino da Silva que conheço... quaquaquá...
            - Da Silva, pode ser, mas sem Lula, tá bom...?
            - Claro, claro... Tem muita gente botando Lula no nome, como se fosse nome social, eu hein...
            - Ainda toma uma pinguinha?
            - Sim.
            - Chefiaaa!!! Bota duas pinguinha e uma bandinha de limão também!!!
            - Quem diria, hein Zé... A gente em tempo de internet, zap-zap, feicebuque, instagranas, vistos agora pelo mundo inteiro...
            - Pois é, Uba... Mas a grana continua pequena, em compensação, a alma...
            - Foda essa vida, né? Mas tá bom. A gente ainda tá vivo, a cirrose ainda não nos pegou, nem a incontinência urinária... quaquaquá...
            - O pulso ainda pulsa, Ubaldo véi... Lembrei de um amigo que tinha a mania de deixar o relógio sempre adiantado 10 minutos...
            - E daí?
            - Morreu dez minutos antes, só isso... hehehe...
            - Por falar em morrer, tá acompanhando a política?
            - Sim, de cabo a rabo, de Nanuque a Brasília, a mesma merda de sempre... Acho que melhor é ficar sem saber de porra nenhuma, Ubaldo. Penso que o emburrecimento é o segredo da eterna felicidade, hehehe...
            - Zé, e a prisão de Lula? O pepino do Temer, do Aécio e de um monte de filadamãe aí?
            - Questão de tempo. Justiça tem essa demora, os tais prazos, as decisões, os recursos, os embargos dos embargos dos embargos, mas tem hora que sai alguma decisão inteligente e – pimba! Lula tá preso. Como se diz por aí, ninguém está acima da lei, só se for a lei da gravidade... hehehe... Acredito em Deus, não sei se ele acredita em mim, pois até eu desacredito, mas...
            - Eu também duvido...
            - Pinguinha tá boa, né...
            - Boa... Zé, e o prefeito aí, o que a gente pode esperar desse governo, hein?
            - Ubaldo, acho que a gente pode esperar tudo... inclusive nada, hehehe... Até porque o tudo contém o nada, mas o nada nem sempre tem tudo, então, quem tem tudo pode ter nada, mas quem não sabe nadar...
            - Vixe! A cachaça já tá batendo rápido, véi? Ou você passou uns dias convivendo com a Dilma? A ex-presidente é que não falava coisa com coisa e não se expressava porra nenhuma, e tinha gente que batia palma...
            - Pior que ainda tem, Ubaldo. Pior que ainda tem...
            - Mais uma pinga aqui, chefiaaa!!!
            - Continuando a conversa, acho que o prefeito tá tentando começar o trabalho. Eu acredito! Nessa semana, inclusive, ele anunciou que vai tapar os buracos das ruas, já é um bom começo, né? Nanuque tá feia, suja e esburacada, mas vamos acreditando. Não podemos perder a esperança. Quem quiser, que se mude pra Reta, pro CAIC, pro Zarur, pro UDR, pro centro, sei lá...
            - Vila Esperança é o bairro da presidente da Câmara, né, Zé...
            - Quem? Ah, a Nininha boazinha, caridosinha... hehehe... A eterna presidente da Câmara. Enquanto for eleita, será sempre presidente, Ubaldo...
            - Não entendi... Por quê?
            - Ubaldo, a Nininha é a presidente de câmara do sonho de qualquer prefeito. Pode entrar e sair prefeito, mas Nininha fica. Ela é muito gente boa... hehehe... Vamos brindar aqui a Nininha... hehehe...
            - Pois é, né, Zé...
            - Chefiaaa!!! Outra cerveja!!! Daquela pocando...!!!
            - Ubaldo, a vida pública é assim. Tá vendo Brasília? Tem político que está sempre na moda, outros que até conseguem ficar fora de moda, são os “modíocres”. Como aquela dúvida: fazer xixi na praia vai aumentar ou diminuir a salinidade relativa dos oceanos?
            - Ah, Zé, vai perguntar isso pra Lula... De repente ele sabe.
            - Hehehe... Daqui a pouco, você vai começar aquele papo de coxinhas e pastéis...
            - Quaquaquá...
            - O pastel, antes da primeira mordida, é sempre um mistério recheado de surpresas. Coxinha vai pelo mesmo caminho, a diferença é que o pastel tem um enorme vazio entre carnes e queijos suspeitos, enquanto a coxinha é mais cheinha... hehehe...
            - Os candidatos a deputado já começam a aparecer, né...
            - Ubaldo, falando francamente, alguns pais de políticos poderiam ter usado camisinha ou tomado anticoncepcional antes da merda que fizeram...
            - Cerveja tá gostosa...
            - Sou mais aquela morena baixinha que passou ali do outro lado da rua agora...
            - Ué, Zé, tu tá véi... Te toca, mané...!
            - Sou mais novo que o Temer, rapaz! Ele já vai emplacar 78, mas a Marcela tem 34...
            - Mas você não é Temer!
            - E nem aquela baixinha ali é a Marcela, uai... hehehe... Por falar nisso, dia 16 de maio ela vai completar 35... Bonitona ela, né...? E eu sou mais gato que o Temer... hehehe... A diferença é que tô sempre quebrado...
            - Será que ela vai convidar nós dois pro aniversário?
            - Onde vai ser?
            - Não sei, mas tenho certeza que não será na Lagoa dos Namorados, nem na Gurilândia, nem na Praça de Alimentação, nem no Social Clube, nem no Pedra Negra, nem na sede do Lions, nem no Coreto em frente à Prefeitura... Desgraça pouca é bobagem, comida de porco é lavagem, quaquaquá...
            - Vejo que não estás mais aguentando beber, doutor Ubaldo... hehehe... Tá parecendo certos políticos por aí, que toda hora caga e senta em cima... Só não pode é chorar, como o Geddel chorou, nem dizer que não sabe de nada, como Lula ficou viciado em dizer. Fico pensando que somente o álcool liberta o ser humano dos bloqueios da razão, ou seja, bêbado não tem dono... hehehe...
            - Daqui a pouco o dono do saite ou do blogue aí vai querer que a gente escreva os dizeres “beba com moderação”... quaquaquá...
            - Ubaldo, você gosta de ceder?
            - CD? Prefiria o velho LP, mas veio o CD, mas agora nem CD mais eu tou ouvindo direito... Já peguei uns pendraive...
            - Tô falando de ceder, do verbo ceder, que vem de cessão...
            - Sessão da câmara de vereadores ou seção de tapa-buraco da secretaria de obras? Que porra é esse, Zé?
            - Ah, vai pra merda! Acho melhor ir no banheiro dar uma mijada... Vê se pede uma porçãozinha de linguiça de porco pra gente tomar mais umas... Melhor se for linguiça daqueles açougues da feirinha, não quero linguiça de supermercado não...
            - Falou, Zé! Vou pedir. Chefiaaa!!! Chega aqui, por favor!!!

... O Zé Galdino mijou, balançou, guardou, se consertou e voltou pra mesa. Ubaldo foi logo em seguida mijar e acabou peidando no mijador fedorento. De volta, ambos tomaram mais umas, comeram linguiça frita e ficaram conversando. Apareceram uns cachaceiros chatos da mesa ao lado, mas que ficaram falando o tempo todo de futebol, de Botafogo, de Cruzeiro, xingando políticos etc e tal. Zé e Ubaldo esperaram ainda mais uns 40 minutos, ficaram de saco cheio, depois pagaram a conta e foram embora.

Até a próxima!


34 ANOS DEPOIS, COLUNA “CONVERSA DE BOTEQUIM” RETORNA AO JORNALISMO DE NANUQUE


Primeira “conversa”
aconteceu em 1984


A coluna Conversa de Botequim, protagonizada por Zé Galdino e Ubaldo, dois conhecidos “filósofos de copo”, volta a fazer parte do dia a dia da cidade, desta vez no blog JORNAL DE NANUQUE.

A temática continua a mesma de 34 anos atrás: dois amigos que se encontram em algum boteco e começam a conversar sobre assuntos diversos. 

Política é sempre o prato principal dos dois, entre modestas doses de cachaça e imodestas garrafas de cerveja, muito humor, ironia, futebol, religião, sexo, gozação, comportamento humano, intrigas, quebradeiras e o escambau.

A coluna foi publicada pela primeira vez em 1984, no extinto jornal “Diário de Nanuque”, que circulou entre janeiro e julho daquele ano. Depois, frequentou as páginas dos jornais “A Voz do Povo”, “Ponto de Vista”, “Folha de Nanuque”, “Tribuna do Vale”, até ancorar de vez no JORNAL OBJETIVO, de 1994 até 2016.

O texto permanece por conta de seu criador: Prof. Ademir Rodrigues de Oliveira Junior. “Eu tinha 20 anos incompletos quando aconteceu uma autofecundação, um autoenxerto permitido e sem proveta, fiquei prenhe e pari esses dois cachaceiros para o jornalismo local", comentou.

Prossegue Ademir: "Tomava pouca cerveja, não tinha muita experiência de boteco não, mas naquela época comecei a dar personalidade e estilo ao Zé e ao Ubaldo. Hoje tenho 53 anos e sinto que 'evoluí' (como diria um ministro do STF) com eles... Conversa de Botequim sempre foi uma das colunas mais lidas do jornal. As pessoas gostam. Linguagem fácil, aberta, com gírias, expressões regionais, piadas e muito sarcasmo. É o tipo de texto que, pra gente escrever, é preciso estar em paz, de bem com a vida. Do contrário, melhor deixar fora. Vamos conferir a volta da coluna já esta semana!”, prometeu.

Ademir: criador

A novidade é a criação de um e-mail próprio dos dois bebuns requintados, para receber notícias, sugestões, informações e até fofocas. 

O endereço é: galdino.ubaldo@gmail.com

Sigilo absoluto, sem chiliques ou euforia de felação - digo - delação premiada... Se bem que, de algum jeito, acaba tendo tudo a ver...



terça-feira, 10 de abril de 2018

PREFEITO DECIDE RESCINDIR CONVÊNIO COM A COPASA


Poucas horas depois de se reunir com vereadores, Roberto anuncia disposição de rescindir convênio assinado por ele em agosto


A expressão “voltar atrás” é considerada pleonasmo ou redundância nas regras da Língua Portuguesa, mas vem se repetindo como algo normal nos atos do prefeito de Nanuque. Nesta segunda-feira (9) à tarde, logo após reunião fechada com os vereadores na Câmara, Roberto de Jesus gravou vídeo oficial comunicando a sua decisão de tornar sem efeito convênio assinado dia 30 de agosto de 2017, em Belo Horizonte, entre o Município e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), representada por sua diretora-presidente, Sinara Inácio Meireles Chenna.


Imagem do prefeito em vídeo oficial
Segundo Roberto, a reunião com os vereadores foi positiva, surgindo a necessidade de rescindir o convênio de cooperação técnica com a empresa, argumentando que não há prejuízo ao Município.

VEJA VÍDEO >>> TOQUE AQUI


segunda-feira, 9 de abril de 2018

BRIGA MUNICÍPIO X COPASA CAUSA NOVA DOR DE CABEÇA PARA PREFEITO


Vereadores recebem com “surpresa” cópia de convênio assinado em agosto do ano passado, em BH, do qual não tinham conhecimento


Caiu como uma bomba na Câmara de Nanuque, durante reunião da semana passada (dia 2/4), a informação de que no dia 30 de agosto de 2017, em Belo Horizonte, o prefeito Roberto de Jesus e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), representada por sua diretora-presidente, Sinara Inácio Meireles Chenna, assinaram convênio de cooperação técnica referente ao Sistema de Esgotamento Sanitário. Comprovadamente, um documento público, sem dúvida, mas que nenhum vereador tinha conhecimento.

A ciência do convênio somente foi possível graças ao ofício nº 156/2018, datado de 28/03/2018, do gabinete do prefeito, assinado por Fernando Antonio Senna Prates, chefe de gabinete, em resposta a requerimento do vereador Solon Ferreira Rocha Filho (MDB).

Prefeito Roberto
Sinara Chenna (Copasa)

Como seria possível a assinatura de um documento tão importante para a cidade, sem o conhecimento ou até mesmo autorização da Câmara? E mais: durante audiência pública realizada ano passado, o próprio Roberto bateu pé firme ao dizer que não assinaria qualquer contrato ou convênio com a Copasa, sem ampla discussão com a Câmara e com a sociedade nanuquense. Só que assinou.

Manifestações contra a taxa de esgoto
em Nanuque (arquivos)
BRIGA NANUQUE X COPASA É HISTÓRIA ANTIGA

A história é velha e cheia de lengalengas, informações desencontradas e o escambau, mas ainda consegue gerar muito pano pra manga e ajuda a enfeitar o discurso de sobrevivência para alguns políticos. O assunto é o contrato milionário que foi celebrado entre Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e o Município de Nanuque, em julho 2004. Uma novela interminável.



Quase 13 anos depois, a Prefeitura tentou mobilizar a população para uma nova audiência pública, realizada dia 11 de abril do ano passado, na Câmara Municipal. E o assunto veio em forma de café requentado: discutir relação - a situação contratual e outras pendências ligadas à prestação de serviços pela empresa.

COPASA MALDITA E EXCOMUNGADA

Tanto se falou a respeito do contrato, que a imagem da empresa é de maldita e excomungada, quiçá de um mal necessário. Só que a convivência entre Copasa e Nanuque já dura mais de 40 anos, vem desde a década de 1970, mas de 2004 até aqui, desgraçou-se.

Há 14 anos, anunciou-se com alarde que a empresa investiria em Nanuque cerca de R$ 20,6 milhões em obras de saneamento na sede e nos distritos de Gabriel Passos e Vila Pereira. O contrato foi renovado por mais 30 anos, ou seja, até 2034.

Pelo documento, a empresa não somente manteria o abastecimento de água, como assumiria também os serviços de esgotamento sanitário – coleta e tratamento de esgoto para 100% da população.

PAU NO LOMBO

Pelo fato de não cumprir, no tempo acordado, as obrigações que assumiu, a Copasa passou a levar pau no lombo, da boca de vereadores e de pretendentes a vereadores e até de candidatos a prefeito. A empresa começou a cobrar a desgraçada taxa de esgoto, sem oferecer o serviço. Estação de tratamento, então, nada de nada!

Mais pau no lombo.

O tempo passou, e a Copasa continuou atendendo a cidade, debaixo de gritos, queixas e pesada tolerância. A população foi se acostumando.

Nove anos depois da assinatura do contrato, já em 2013, intervalo para mexer na maquilagem e, de repente, a empresa propagandeava uma “nova fase em Nanuque”, anunciando que mais de 20 mil famílias seriam beneficiadas com “a maior obra de saneamento da história da cidade”. Ou seja, o que já deveria ter sido, de fato, executado a partir de 2004, levou mais nove anos para ser – digamos – prometido.

A Copasa anunciava que estava “iniciando”, em junho de 2013, a tal da “nova fase de execução das obras do sistema de esgotamento sanitário (SES) de Nanuque, com previsão de término em dezembro de 2014, incluindo construção de redes que deveriam conduzir todo o esgoto gerado na cidade para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que teria capacidade inicial de tratamento de 36 litros por segundo, amenizando os riscos à saúde e trazendo maior qualidade de vida à população”.

Na audiência de abril do ano passado, o pacote de queixas contra a empresa levava toneladas de insatisfações, sendo a principal a cobrança da taxa de esgoto.

Se desgraça pouca é bobagem, em abril de 2016, o ministro Herman Benjamim, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), atendendo a recurso especial decorrente de ação popular, tornou sem efeito aquele contrato celebrado em 2004.

No entendimento do ministro, houve violação do processo licitatório na época, já que a Prefeitura e a Copasa, com base em lei autorizativa abençoada pela Câmara Municipal, assinaram um convênio para exploração dos serviços de abastecimento de água no município e coleta, tratamento e destinação de resíduos sólidos, com validade de 30 anos, sem observar os procedimentos legais para a dispensa ou inexigibilidade de licitação.

Segundo despacho do ministro em 28 de abril de 2016, se fazia necessário em 2004 o prévio processo administrativo para a formalização do convênio que apurasse a falta de competição em relação aos serviços públicos em questão. O Ministério Público Federal já havia opinado nos autos pelo provimento do recurso e pela anulação do contrato. Assim, para o STJ, desde 2004 que a Copasa permaneceu prestando serviços em Nanuque de forma irregular.

TUDO PARA PIRAR O CABEÇÃO DO POVO

Tanta coisa transitando pelos canos da Copasa, além água e esgoto às casas e ao pobre Rio Mucuri, que novamente se anunciou audiência pública para mexer e remexer naquele contrato que, sem demora e sem decisões de efeito legal, pode  acabar chegando ao seu final, em 2034, sem desaguar em um final feliz para a população. 

NOVA DOR DE CABEÇA PARA O PREFEITO

Vereador Solon

Na segunda-feira passada (2), o vereador Solon Ferreira da Rocha Filho (MDB) exibiu cópia do tal convênio assinado dia 30 de agosto de 2017.

O que estava escrito deixou o vereador intrigado. Na cláusula terceira do convênio, entre as obrigações do Município, estava bem claro: “transferir para a Copasa-MG, concessionária dos serviços, mediante termo de cessão, a título gratuito, toda a infraestrutura do sistema de esgotamento sanitário, (...) inclusive o bem imóvel onde se assenta o sistema de abastecimento de água e ou esgotamento sanitário, gravados com cláusula de inalienabilidade e impenhorabilidade”

Segundo matéria publicada no jornal Em Tempo, que circulou semana passada, “a fala do vereador provocou surpresa na maioria dos vereadores que participavam da reunião. Para eles, o ato não só fere a Lei Orgânica do município, como fere leis estadual e federal”. Acrescenta o texto do jornal: “Como se não bastasse o presente, a Prefeitura de Nanuque ainda pagará R$ 322.833,17,a título de custeio do apoio a ser prestado pela Copasa ao Município na implantação do sistema de esgotamento sanitário.”

Assustador, ainda, é que o convênio foi assinado pelo prefeito e a Copasa, mesmo sabendo da decisão do STJ. Engraçado, também, é que o prefeito, em vídeo divulgado nas redes sociais, de entrevista na emissora de TV local, confirma que a Copasa está operando em Nanuque, mas sem contrato de concessão de água e esgoto vigente. Ou seja: está tudo errado. Palavras do prefeito: “Não há contrato, não entreguei nenhum contrato para que a Copasa seja dona do sistema. Nós estamos trabalhando, e essa discussão vai se dar de forma respeitosa e democrática”.

VEJA VÍDEO DE ENTREVISTA COM O PREFEITO NA TV

Encerrando, reiterou o prefeito: “Manifestei e reafirmo que nenhum contrato será firmado por este prefeito, sem que a gente discuta com a Câmara e comunidade de forma limpa e transparente, este é o nosso compromisso”.

Vereador Aranha

“Penso que o prefeito Roberto de Jesus tem muito que explicar, até porque esse tipo de procedimento só pode ser feito com aprovação da Câmara Municipal, e isso não foi posto em votação. Não faz muito tempo ele fez uma Audiência Pública aqui na Câmara e, na oportunidade, disse que não faria nenhum acordo com a Copasa sem a anuência do povo de Nanuque e dos vereadores. Agora, surge este fato. A Copasa deve ao município uma soma estratosférica que serviria para pôr em ordem as finanças de Nanuque, e o prefeito municipal só sabe reclamar de dívidas, mas não consegue cobrar quem deve à municipalidade. Pelo contrário, está doando nosso patrimônio de forma acintosa”, comentou Solon, segundo texto do jornal.

O periódico também reproduziu declaração atribuída ao vereador Antonio Carlos Aranha Ruas (PSD): “Não quero acreditar que Roberto de Jesus tenha feito isso”, até porque, ele declarou, aqui na Câmara, numa Audiência Pública, que não tomaria nenhuma decisão sobre a Copasa sem consultar a população e o Poder Legislativo.”

É esperada a presença do prefeito na reunião desta segunda-feira (9), para esclarecer o assunto.

Veja a íntegra do documento:




Ampliação da folha 4 do convênio,
mais legível

TEXTO: PROF. ADEMIR RODRIGUES DE OLIVEIRA JR.


segunda-feira, 2 de abril de 2018

AGORA É LEI: ATIRADORES DO TIRO DE GUERRA TÊM DIREITO A PASSE LIVRE NOS ÔNIBUS EM NANUQUE


Projeto aprovado na Câmara foi idealizado pelo vereador Sidnei do Frisa


Agora é lei e ponto final. 

Depois da aprovação na Câmara, dia 12/3, o Projeto de Lei nº 008/2018 foi sancionado pelo prefeito e, finalmente, transformado na Lei Municipal nº 2.414, de 23/03/2018, que estabelece a gratuidade no transporte coletivo urbano aos atiradores do Tiro de Guerra 04-035. O passe livre foi idealizado pelo vereador Sidnei Pereira Silva, o Sidnei do Frisa (PPS), que apresentou Indicação ano passado, encaminhou proposta ao prefeito e até se irritou, por alguns momentos, pela demora no encaminhamento e tramitação do projeto.

ÍNTEGRA DA LEI:

Sidnei e o comandante do TG, subtenente Edson

O vereador desabafou: “Confesso que fiquei chateado, pois o projeto deveria ter sido aprovado em 2017, mas, tudo bem, existem essas burocracias mesmo, o importante é que agora o projeto foi aprovado e vai se transformar em lei municipal logo logo”.


"LEI SIDNEI"

O documento foi aprovado por unanimidade pelos vereadores. Estiveram presentes na Câmara, acompanhando a tramitação do documento, o subtenente Custódio Edson de Paula, comandante do TG, e cerca de 30 atiradores.

Depois de muito insistir na  aprovação
do projeto, Sidnei respirou aliviado

O Tiro de Guerra 04-035, unidade do Exército Brasileiro em Nanuque, está completando 42 anos de atuação no Município, desde quando foi instalado em 1976, mas pela primeira vez um vereador chamou a atenção para um assunto que é do maior interesse da comunidade.

Quando idealizou o documento, Sidnei justificou que a maior parte dos jovens que servem o Tiro de Guerra origina-se de famílias de baixa renda, daí o gasto com transporte que pesa bastante no orçamento mensal.


SIDNEI FOI ATIRADOR HÁ 34 ANOS

De acordo com o projeto, os atiradores terão direito à gratuidade nos coletivos se estiverem fardados e comprovarem que realmente estão no restrito cumprimento do Serviço Militar Obrigatório, por meio de carteira a ser emitida por órgão determinado pelo Poder Executivo.

Quando apresentou a Indicação, ano passado, Sidnei explicou: Veja, por exemplo, um atirador que mora no bairro UDR, região noroeste de Nanuque, e precisa ir ao outro extremo que é a região sul, onde fica o Tiro de Guerra, na Vila Nova. Se for uma vez por dia de ônibus, vai gastar 6 reais. Multiplicando-se por sete dias da semana, serão 42 reais, chegando a 168,00 no final do mês. A distância de um bairro ao outro é longa. Dependendo do local onde mora, terá de caminhar até 10 quilômetros por dia, de uniforme e calçando coturno. Por isso, o passe livre é mais que justo. Falo com convicção, porque também já servi o Exército na turma de 1984, mais de 30 anos atrás."

foto-arquivo do ano passado
Prosseguiu: “É da maior importância a presença do Tiro de Guerra em Nanuque no tocante à formação de nossos jovens que estão na faixa dos 18-19 anos. Em sua maioria, ainda guardam muitos traços e manias da época da adolescência. Quando passam a servir o Exército Brasileiro, como atiradores do TG, passam a receber noções e ensinamentos básicos de civismo, patriotismo, respeito, cidadania e, principalmente, disciplina. Com algumas exceções, mas a grande maioria desse jovens transforma-se em homens responsáveis, dignos, equilibrados, educados e conscientes do seu papel na sociedade.”




LEI CRIOU O “DIA MUNICIPAL DA ESTRADA DE SANTA CLARA” EM NANUQUE


A Santa Clara-Filadélfia foi a primeira estrada de rodagem feita no País, em 1857; vereador Alemão, autor do projeto, lembra que a data é 23 de agosto


Vai completar três anos a aprovação do Projeto de Lei nº 023/2015, autoria do vereador Gilmar “Alemão” dos Santos Pereira, que se transformou na Lei Municipal nº 2.294/2-015, de 2 de setembro de 2015, instituindo oficialmente o “Dia Municipal da Estrada de Santa Clara”.

Conforme o documento, a data fixada é 23 de agosto, passando a constar no calendário oficial de eventos, marcada por palestras, seminários, manifestações públicas, atividades escolares, competições esportivas e outros eventos de cunho histórico e cultural. Alemão lembra, porém, que até hoje o Município nada realizou para justificar a criação da data.

Alemão, o autor

Segundo ele, objetivo do projeto foi referenciar a histórica inauguração da Estrada  Santa Clara-Filadélfia, em 1857, considerada a primeira estrada de rodagem feita no País.

Na justificativa, o vereador explicou que documentos de incontestável referencial histórico mostravam a estrada Santa Clara-Filadélfia como a primeira estrada de rodagem feita no País. O então Governo Imperial, através do decreto nº 426, do ano de 1845, na cidade de Ouro Preto, determinou que a mesma fosse construída. Assim, a estrada foi inaugurada no dia 23 de agosto de 1857, data sugerida para o “Dia Municipal da Estrada de Santa Clara”.

“Deve-se, portanto, inserir Nanuque como marco inicial desta importante via que alavancou o desenvolvimento nesta região que abrange parte estratégica do nordeste de Minas Gerais com reflexos diretos no sul da Bahia e norte do Espírito Santo”, ressaltou o autor.

PHILADÉLFIA

A cidade de Philadélfia, hoje Teófilo Otoni, foi fundada por Teóphilo Benedicto Ottoni no dia sete de setembro de 1853, na confluência do córrego Santo Antônio com o Rio Todos os Santos. Philadélfia nasceu de um sonho e uma obstinação em criar um caminho ligando o sertão ao mar. Para tanto, Teóphilo Benedicto Ottoni organizou, em 31 de março de 1847, a Companhia de Comércio e Navegação do Mucuri, que tinha como principal objetivo comercializar produtos das regiões do Serro Frio, Diamantina e Minas Novas com a Corte no Rio de Janeiro e Bahia, por caminho mais curto, cortando o Vale do Mucuri através da Mata Atlântica, até então, pouco conhecida.

Philadélphia foi criada para dar apoio à Companhia de Comércio e Navegação do Mucuri foram então, erguidos armazéns para estocagem e venda de produtos da terra ou da Corte. A estrada de Santa Clara, que se iniciava na cachoeira de mesmo nome, no Rio Mucuri, na divisa dos estados de Minas e Bahia, cortando chapadas e boqueirões com seus 180 quilômetros até Philadélphia e daí Minas Novas, Diamantina e Serro.

A Estrada de Santa Clara a Philadélphia, concluída em 1857, foi a primeira estrada do país nesta extensão, construída dentro dos mais modernos padrões da engenharia da época.

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