Presidente da Câmara de Nanuque é favorável ao uso da substância e diz que entidade é contra o governo
Por várias vezes, durante as últimas reuniões da Câmara
Municipal de Nanuque, o presidente Solon Ferreira da Rocha Filho, tem
manifestado, de forma categórica, a sua opinião a favor do uso da cloroquina e
hidroxicloroquina nos casos de infecção pelo novo coronavírus (Covid-19).
Na sessão da última segunda-feira (25), ao criticar a
decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS), que anunciou a interrupção do
uso da cloroquina e hidroxicloroquina em testes para tratamento contra a
Covid-19, Solon disse que tudo não passa de “jogo de interesse mundial”.
Foram estas as palavras do vereador:
“OMS usa de má fé, certo? Maioria da medicina brasileira
tá seguindo o que a OMS fala, certo? (...) Ninguém procura saber quem comanda
essa OMS, ninguém quer saber quem é, porque é do lado contra o governo. Fizeram
uma lista das pessoas lá, 99% das pessoas é tudo comunista, tudo comunista. É
um jogo de interesse mundial”.
Confira o vídeo completo da reunião da Câmara ↓
A DECISÃO DA OMS
O motivo é um estudo publicado pela revista científica
Lancet, que envolveu mais de 96 mil pessoas e mostrou que não só não há
benefícios no uso desses medicamentos contra o vírus SARS-CoV-2, como há um
risco aumentado de morte para os pacientes.
A cloroquina era uma das substâncias consideradas
promissoras para o tratamento da doença pelo novo coronavírus, por isso entrou
no projeto SOLIDARITY da OMS, em março deste ano, um estudo colaborativo
mundial para avaliar a ação das principais drogas no tratamento da Covid-19.
Segundo o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom
Ghebreyesus, a interrupção vai acontecer enquanto o Conselho de Monitoramento
de Segurança de Dados, do Grupo Executivo do estudo SOLIDARITY, analisa os
dados disponíveis sobre benefícios e malefícios da cloroquina e
hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19. Apesar disso, Tedros reforçou que
o uso desses medicamentos em doenças autoimunes e contra a malária é seguro e
eficaz, não devendo haver suspensão para esses pacientes.
Enquanto isso, os testes com os outros medicamentos do
estudo mundial continuarão. São eles: o remdesivir, que é o medicamento usado
contra o ebola; a combinação de lopinavir e ritonavir, usado no coquetel contra
o HIV; e o interferon-beta, uma molécula que, em testes anteriores, demonstrou
efeito em macacos da espécie saguis infectados pela síndrome respiratória do
Oriente Médio (Middle East respiratory syndrome – MERS).
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