Barreto diz que assumiria em caso de eventual renúncia ou
cassação de Roberto
E desabafa: “Não tenho nenhuma pretensão de continuar
nessa vida política.”
Eleito vice-prefeito em outubro de 2016 pelo PSDC (atual
DC) na chapa encabeçada por Roberto de Jesus, o sargento reformado da PMMG Benedito
Souza Barreto, de 55 anos, reconhece que Nanuque vive dias difíceis no plano
político-administrativo.
Entrevistado por NEXUS ASSESSORIA-PROF. ADEMIR, ele
expressou o seu pensamento a respeito, preferindo um tom moderado, sem ataques.
- Na condição de vice-prefeito, de que maneira o senhor
analisa o atual cenário político-administrativo de Nanuque?
BARRETO - Muito
complicado.
- Por que a situação chegou a tal ponto?
BARRETO - Atribuo
ao cenário político que estamos atravessando no país, estado e municípios.
- Como tem analisado as atitudes do prefeito Roberto de
Jesus?
BARRETO - Com
as dificuldades em que se encontram os municípios mineiros e pelas atribulações
impostas ao governo municipal, tais como pagamentos de precatórios, terminar
obras iniciadas em governos anteriores, senão teria que devolver os recursos
corrigidos, além da falta dos repasses de mais de 10 milhões de reais. Mas,
mesmo com essas e outras dificuldades, vem administrando como pode.
- E quanto ao papel da Câmara de Vereadores?
BARRETO - Se
era pra resolver a situação caótica que estamos atravessando, os vereadores deveriam
formar comissão ou convidar o prefeito para explicar melhor o que realmente está
acontecendo no nosso Município, sentarem em mesa redonda e discutirem qual
situação melhor para darem rumo ao Município. Acho que estão fazendo o papel
deles, mas, devido o momento crítico, deveriam convidar o Executivo para uma
discussão bem madura em prol da nossa comunidade.
- Como avalia a greve deflagrada pelos servidores e os
movimentos de protesto realizados até agora?
BARRETO - Somos
solidários aos nossos irmãos. Quem está nessa situação, realmente é muito
difícil você não apoiar e ser solidário. Estamos sofrendo juntos com eles, é
claro, uns mais e outros menos. Sabemos que toda cidade sofre junto com eles, e,
dentro do possível, temos ajudado algumas famílias. Sou a favor do movimento pacífico,
para chamar a atenção das autoridades que têm condições de tentar resolver esse
problema crítico que estamos atravessando.
- Admitindo-se a hipótese de uma renúncia do prefeito ou
mesmo de sua cassação pela Câmara ou afastamento pela Justiça, o senhor se
considera preparado para assumir o cargo numa eventualidade?
BARRETO - Fomos
eleitos para governar o Município durante os quatro anos e, com fé em Deus, vamos
estar juntos. Essa situação não é a que esperamos, mas, se não houver
consciência do Legislativo, das dificuldades financeiras do Município, e vier a
provocar uma situação dessas, é claro que temos de assumir.
- Novembro chega ao final, dezembro começando, acumula-se
mais um mês de atraso, além dos três meses pendentes – agosto, setembro e
outubro. Também chega mais um 13º salário... Enfim, na sua opinião, o que pode
acontecer daqui por diante? Você é otimista ou prevê agravamento da crise?
BARRETO - Temos
acompanhando de perto os esforços do nosso prefeito em estar buscando todos os
meios para acertar as folhas de pagamentos, mas todos nós, a cidade sabe, que
não foi ele que causou essa situação drástica, ele apenas herdou e vem
procurando com muita luta resolver e, com fé em Deus, vai conseguir. Eu
acredito. A esperança que tínhamos de acertar ainda este ano foi rejeitada pela
Câmara, agora a esperança é a partir de janeiro, conforme já sinalizou o
governo estadual, dos repasses retidos.
- Acompanhando o dia a dia do prefeito, seu amigo e
aliado, ele cogita disputar a reeleição?
BARRETO - O
que ele tem nos transmitido é que a única preocupação dele é governar os quatro
anos, mandato para o qual foi eleito.
- Na hipótese de Roberto não ser candidato à reeleição, o
senhor teria predisposição de se candidatar?
BARRETO - A
missão que Deus me confiou aqui em Nanuque será até o dia 31 de dezembro de
2020. Não tenho nenhuma pretensão de continuar nessa vida política.
Não foi por falta de avisos que Nanuque chegou a essa situação de administração calamitosa, pois durante a campanha ficou bastante claro que a dupla sertaneja, R & B, não apresentou nenhum plano de governo, nenhuma proposta de gestão, mas apenas repetiam um bordão para os eleitores evangélicos que, qual seguidores de uma seita, os seguiam: "me dêem as mãos, me ajude e confiem em mim". Na verdade, somente a candidata Gleusa apresentou projetos de governo e apontou de onde viriam os recursos para administrar a cidade. Não deram ouvidos para a melhor e mais preparada candidatura. Escolheram errado. Agora só há um jeito de se consertar esse triste quadro político de Nanuque: aprender a votar com a RAZÃO E NÃO COM EMOÇÃO.
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