Movimento é reação ao atraso no pagamento dos meses de
agosto, setembro e outubro, além do 13º salário do ano passado
Movimento grevista de segunda-feira (4) |
Desde o início do ano que a popularidade do prefeito Roberto
de Jesus (DC) vem rastejando perante os servidores. Nesta segunda-feira (4), a
situação ficou pior com a deflagração de um movimento grevista por tempo
indeterminado pelo funcionalismo, que já não suporta os constantes atrasos no
pagamento do salário mensal.
Além do 13º, que deveria ter sido pago em dezembro do ano
passado, a Prefeitura está com três meses de vencimentos em atraso: agosto,
setembro e outubro, segundo o Sindicato dos Servidores Municipais.
Cansados da situação, na tarde de segunda-feira os
servidores decidiram reagir de forma mais ostensiva. Calcula-se que cerca de
200 servidores aderiram ao protesto pelas ruas da cidade, com cartazes, apitos
e faixas de protesto. Fizeram manifestações em frente aos três Poderes: Fórum,
Câmara Municipal e Prefeitura. Um dos objetivos foi cobrar da Justiça até o bloqueio
das contas do Município até que a situação referente aos salários dos
servidores seja normalizada.
Novamente ganhou foco o servidor Amarildo Batista dos Santos,
motorista, que na semana passada, exatamente na segunda-feira, 28 de outubro, Dia
do Servidor Público, havia ganhado as manchetes da imprensa e das redes sociais
para o problema do atraso nos pagamentos, ao passar 10 horas acorrentado a um
poste em forma de protesto. Durante a caminhada, ele voltou a usar as correntes
de 15 quilos, fazendo uma associação entre a falta de pagamento e a escravidão.
Até às 9h da manhã desta quarta-feira (6) nenhuma matéria tinha sido publicada no site da Prefeitura com relação ao assunto. Prefeito pediu prazo de uma semana para reunião com o Sindicato |
Alguns dos vídeos divulgados nas redes sociais
De acordo com o Sindicato, de um total aproximado de
1.200 servidores, cerca de 300 aderiram à greve, o que representa 20% do
funcionalismo. Serviços públicos como saúde, vigilância e limpeza estão
funcionando com 30% da capacidade. Já na educação, a maioria da categoria de
professores não aderiu à greve e segue os trabalhos de forma normal.
PREFEITO MARCA REUNIÃO PARA A PRÓXIMA SEMANA
Em resposta ao movimento, o prefeito Roberto de Jesus
limitou-se a enviar ofício ao Sindicato dos Servidores Públicos de Nanuque
(Sindisena), endereçado ao vice-presidente Reginaldo Barbosa da Silva, solicitando
que seja remarcada reunião com a comissão de negociação para a segunda-feira da
próxima semana, dia 11, às 10 horas da manhã, no seu gabinete. Roberto alegou
viagem a Belo Horizonte previamente marcada.
SEM RESPOSTA
Informações de pessoas ligadas ao gabinete do Executivo
dão conta de que o prefeito exibe sinais de esgotamento, pela inexistência de
respostas convincentes do ponto de vista dos servidores, que têm usado como
exemplos cidades vizinhas de Minas Gerais, como Serra dos Aimorés e Carlos
Chagas, que vêm mantendo em dia o pagamento do funcionalismo.
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