Novas regras da cláusula de barreiras podem tirar de
cena algumas legendas
Dos 13 vereadores que compõem a Câmara de Nanuque, a
representação partidária alcança 9, mas quase todos eles estão preocupados com
as eleições do próximo ano. Isso porque, se a escolha partidária não for
inteligente, muitos correm o risco de não se reeleger.
A chamada cláusula de barreira pode alterar os rumos da
política local. O dispositivo foi criado para controlar a proliferação de siglas
partidárias no país e pode impactar diretamente no futuro de pretensos
candidatos, exatamente porque impõe uma série de limitações, sendo a principal
delas o acesso ao fundo partidário.
Segundo a Emenda Constitucional nº 97/2017, ultrapassaram
a cláusula de barreira as legendas que obtiveram no mínimo 1,5% dos votos
válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada
uma delas. Ou então as que elegeram pelo menos nove deputados federais
distribuídos em pelo menos um terço das 27 unidades da Federação.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 14 dos 35 partidos
que disputaram as eleições no ano passado não alcançaram a cláusula: Rede,
Patriota, PHS, DC, PCdoB, PCB, PCO, PMB, PMN, PPL, PRP, PRTB, PSTU e PTC.
Desses, apenas dois têm representatividade na Câmara de
Nanuque: DC (ex-PSDC, partido do prefeito Roberto de Jesus) – vereadores Carlos
Lucas, Marcelo Félix e Valdemar Dentista; e REDE (vereadora Suzi Professora).
Os partidos que não alcançaram a cláusula estabelecida,
além de serem impedidos de acessar o fundo partidário, que para 2019 foi
estimado em R$ 927,7 milhões, também não terão direito à propaganda gratuita
nas emissoras de rádio e televisão.
Fim das coligações
proporcionais nas eleições para vereador em 2020
Outro problema que assusta alguns vereadores é que, nas
eleições de 2020, os partidos não poderão mais fazer coligações. Os partidos
poderão se juntar somente na eleição majoritária (prefeito), devendo concorrer
isoladamente nas eleições proporcionais (vereadores).
Até as eleições de 2016, o procedimento era assim: os
votos de todos candidatos e legendas da coligação eram somados conjuntamente. Em
Nanuque, na maioria dos casos, foram as coligações, e não os partidos
individualmente, que conquistaram vagas na Câmara.
Agora, com a reforma política, os partidos não mais
poderão se coligar em eleições proporcionais. Isso não significa que o sistema
proporcional deixará de existir, mas apenas que os partidos concorrerão em
chapas separadas, sem alianças. Ou seja, contarão apenas com seus próprios
votos.
Com isso, os partidos mais fortes sairão fortalecidos,
enquanto os menores terão mais dificuldades em elegerem candidatos.
Na eleição passada, por exemplo, o PPS (hoje Cidadania),
do vereador Sidnei do Frisa, esteve coligado com o PROS, legenda de Gilson Coleta. O
Solidariedade (SD), de Gilmar Alemão, fez parceria com o PRB de Edson Mandela, o que resultou na vitória dos dois. Até o MDB, que tem os vereadores Solon e Elienis, se coligou com PR e DEM.
Aliás, o DEM, hoje, tem como vice-presidente o ex-prefeito Nide Alves de Brito.
Também o PSDB, da vereadora Nininha Rozilene, fechou coligação com o PT do B.
A própria Suzi foi eleita graças à coligação que abrigou quatro partidos - REDE, PDT, PHS e PMN
A própria Suzi foi eleita graças à coligação que abrigou quatro partidos - REDE, PDT, PHS e PMN
Muitas mudanças no quadro partidário deverão acontecer
daqui por diante.
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