Os dois partidos buscam a união como alternativa para fortalecimento
Avançam as conversas da fusão dos partidos PPS e Rede. A
Rede, fundada em 2015 por Marina Silva, não atingiu a cláusula de desempenho
estabelecida na última reforma política. E para "sobreviver", ter
acesso ao fundo partidário e tempo de rádio e TV, precisa se unir a outro
partido. Outras legendas seguem o mesmo caminho, mas o caso da Rede é mais
complexo, porque por ter apenas três anos, seus integrantes teriam que se
filiar ao PPS, que, por sua vez, seria refundado.
De acordo com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um
dos articuladores, as conversas avançam mas ainda se está muito longe de um
novo nome para a legenda, por exemplo. “A fusão da Rede e do PPS é um debate
que está em curso. Estamos tentando avançar, muito longe de nome de partido,
primeiro sobre programas, direção e há um congresso marcado para 19 e 20 de
janeiro que espero seja de fusão dos partidos, mas primeiro tem que passar pela
deliberação da Rede. Teremos conversa hoje com as comissões dos partidos e
queremos pavimentar o partido até lá”, disse ele.
Em Nanuque, um dos reflexos imediatos da fusão das duas
legendas seria um abrigo único para os vereadores Sidnei Pereira Silva, o
Sidnei do Frisa (PPS), mais votado nas eleições de 2016 com 738 votos, e Benta
Viegas Bouzada, a Suzi Professora (Rede), que ficou em 10º lugar entre os
eleitos, com 358 votos.
ELEIÇÕES DE 2016 EM NANUQUE
Na disputa de dois anos atrás, o PPS de Sidnei teve
candidatura própria a prefeita, com Gleusa Ramos e o vice João Gonçalves dos
Santos, o Prof. Tim, também da legenda, enquanto a Rede, de Suzi, apresentou o
candidato a vice-prefeito Valter da Silva Gonçalves, na coligação de apoio ao
candidato a prefeito do PDT, Nandes Romano.
Gleusa ficou em terceiro lugar, com 1931 votos, e Nandes,
em sexto, com 1.290. A corrida sucessória teve sete candidatos a prefeito.
FUSÃO
União é vista como única saída para o partido de Marina
Silva, que não atingiu cláusula de barreira nas eleições; regra eleitoral, no
entanto, pode inviabilizar acordo
A ideia é que as siglas se unam até o fim do ano, ainda
que informalmente, já que uma regra impede a fusão ou incorporação de partidos
com menos de cinco anos, caso da Rede Sustentabilidade, criada em 2015. Por
isso o partido ingressará ainda nesta semana com uma ação no Supremo Tribunal
Federal (STF) para questionar a constitucionalidade da regra.
A fusão entre os dois partidos é vista como a única saída
para a recém-criada Rede Sustentabilidade, idealizada por Marina Silva. Ela
concorreu à Presidência da República neste ano mas foi derrotada, em sua pior
performance nas três vezes em que concorreu ao cargo. Ela obteve apenas 1% dos
votos válidos e acabou ficando em 8º lugar.
Rede obteve péssimo desempenho na Câmara
A sigla também obteve um péssimo desempenho eleitoral
para a Câmara dos Deputados e acabou elegendo apenas uma deputada, a indígena
Joenia Wapichana, de Roraima, mas se saiu bem no Senado, onde conseguiu eleger
cinco nomes. Sem conseguir superar a cláusula de barreira, porém, o partido
ficará proibido de ter acesso ao Fundo Partidário e não terá direito de exibir
propaganda no rádio e na televisão. Sem os recursos, integrantes da Rede
avaliam que é inviável a sobrevivência da sigla.
Já o PPS elegeu 8 deputados, mas conseguiu superar a
barreira porque obteve mais de 1% dos votos válidos em 15 estados. A regra
estabelece que, para superar a cláusula de barreira, um partido deve eleger
deputados em pelo menos 9 estados ou obter 1,5% dos votos para a Câmara, com um
mínimo de 1% dos votos em nove estados.
O presidente do PPS, Roberto Freire, vem conversando com Marina.
De acordo com ele, a aproximação do seu partido com a Rede foi natural porque,
como o PPS já havia decidido mudar de nome, abriu-se a brecha para tentar uma
ampliação do seu escopo político.
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