Roberto de Jesus mantém a
escrita e fica com menos da metade dos votos obtidos 4 anos atrás
Assim como foi com Rubão, Gordinho e Ramon, agora acontece com Roberto...
Roberto de Jesus, prefeito
eleito em 2016 com 6.992 votos, na época equivalente a 34,05% dos votos
apurados, decidiu concorrer à reeleição neste domingo, 15 de novembro, e acabou
repetindo o que outros prefeitos também sentiram na pele: a resposta negativa
das urnas.
Na finalização dos números do
TSE, Roberto ficou com menos da metade da votação de quatro anos atrás: 2.828, o que significou
15,19%, terceiro lugar na disputa que teve como vencedor Gilson Coleta (PROS)
com 6.942 votos (37,28%) e, em segundo lugar, Nide Brito (DEM) – 5.412 votos
(29,06%).
A escrita prevalece. Antes de Roberto,
pelo menos três ex-prefeitos, quando estavam no poder, tentaram a reeleição e
não foram bem-sucedidos: Rubem Messias Barbosa (Rubão), Fábio Garcia Tigre
(Gordinho) e Ramon Ferraz Miranda.
Até o ano 2000, a reeleição de
prefeito era proibida no Brasil, mas quando liberou, Rubão, prefeito na
época, foi o primeiro a tentar reeleição na história de Nanuque. Resultado:
ficou em 3º lugar, com 19% dos votos apurados.
Em 2008, Gordinho, no poder,
concorreu a mais quatro anos e também ficou em 3º lugar (24% dos votos). Mais
recentemente, na disputa de 2016, Ramon não passou de um 4º lugar (8%).
Historicamente, reeleger
prefeito que está no mandato não tem sido regra nas eleições de Nanuque. O
eleitor, em sua absoluta maioria, sempre faz opção pela alternância de poder.
Dr. Armando: único no poder a se reeleger
APENAS DR. ARMANDO CONSEGUIU
REELEIÇÃO
O Município completa 72 anos
de emancipação em dezembro. Até agora, apenas um caso de reeleição aconteceu: o
do médico Armando Rodrigues Gomes, eleito vice-prefeito em 2000 e, com a
cassação do titular Jorge Luiz Miranda, ele assumiu o cargo dia 30 de março de
2003, governou por um ano e oito meses e concorreu na acirrada eleição de
2004, conquistando vitória nas urnas sobre dois outros ex-prefeitos: Teodoro
Saraiva Neto, que ficou em segundo lugar, e Nide Alves de Brito, terceiro
colocado.
TEORIAS
“Nunca ande pelo caminho
traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram”. O ensinamento é do
escocês Alexander Graham Bell, considerado o inventor do telefone, que faleceu
há 100 anos. A frase sintetiza parte do que sacudiu Nanuque em experiências
anteriores.
Estudiosos da Ciência Política
concordam que, para a saúde democrática e renovação do espírito público e da
esperança do povo, não convém reeleger político no exercício do mandato. Política
não é profissão; mandato político é exercício transitório. Renovar é preciso.
Um exemplo claro é o do
ex-prefeito Nide, que se elegeu pela primeira vez 44 anos atrás, em 1976, já
governou por três mandatos, mas nunca se reelegeu no exercício do poder. Em
resumo, Nide administrou Nanuque por 14 anos (um mandato de seis anos e dois de
quatro), sem reeleição.
Um fantasma que incomoda os
detentores do poder em pleno mandato é o sentimento de rejeição manifestado
pelos eleitores, fato sempre mostrado nas pesquisas de opinião pública que
antecedem as campanhas. Só que, quando estão no poder, prefeitos normalmente
são tentados a persistir na ideia de continuar no comando. Aí, o indesejado
acontece. (Texto: Prof. Ademir Jr.)
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