segunda-feira, 16 de novembro de 2020

REELEIÇÃO É QUASE MISSÃO IMPOSSÍVEL PARA PREFEITOS DE NANUQUE

 

Roberto de Jesus mantém a escrita e fica com menos da metade dos votos obtidos 4 anos atrás

 

Assim como foi com Rubão, Gordinho e Ramon, agora acontece com Roberto...


Roberto de Jesus, prefeito eleito em 2016 com 6.992 votos, na época equivalente a 34,05% dos votos apurados, decidiu concorrer à reeleição neste domingo, 15 de novembro, e acabou repetindo o que outros prefeitos também sentiram na pele: a resposta negativa das urnas.

 

Na finalização dos números do TSE, Roberto ficou com menos da metade da votação de quatro anos atrás: 2.828, o que significou 15,19%, terceiro lugar na disputa que teve como vencedor Gilson Coleta (PROS) com 6.942 votos (37,28%) e, em segundo lugar, Nide Brito (DEM) – 5.412 votos (29,06%).

 

A escrita prevalece. Antes de Roberto, pelo menos três ex-prefeitos, quando estavam no poder, tentaram a reeleição e não foram bem-sucedidos: Rubem Messias Barbosa (Rubão), Fábio Garcia Tigre (Gordinho) e Ramon Ferraz Miranda.

 

Até o ano 2000, a reeleição de prefeito era proibida no Brasil, mas quando liberou, Rubão, prefeito na época, foi o primeiro a tentar reeleição na história de Nanuque. Resultado: ficou em 3º lugar, com 19% dos votos apurados.

 

Em 2008, Gordinho, no poder, concorreu a mais quatro anos e também ficou em 3º lugar (24% dos votos). Mais recentemente, na disputa de 2016, Ramon não passou de um 4º lugar (8%).

 

Historicamente, reeleger prefeito que está no mandato não tem sido regra nas eleições de Nanuque. O eleitor, em sua absoluta maioria, sempre faz opção pela alternância de poder.

 

Dr. Armando: único no poder a se reeleger


APENAS DR. ARMANDO CONSEGUIU REELEIÇÃO

 

O Município completa 72 anos de emancipação em dezembro. Até agora, apenas um caso de reeleição aconteceu: o do médico Armando Rodrigues Gomes, eleito vice-prefeito em 2000 e, com a cassação do titular Jorge Luiz Miranda, ele assumiu o cargo dia 30 de março de 2003, governou por um ano e oito meses e concorreu na acirrada eleição de 2004, conquistando vitória nas urnas sobre dois outros ex-prefeitos: Teodoro Saraiva Neto, que ficou em segundo lugar, e Nide Alves de Brito, terceiro colocado.

 

TEORIAS

 

“Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram”. O ensinamento é do escocês Alexander Graham Bell, considerado o inventor do telefone, que faleceu há 100 anos. A frase sintetiza parte do que sacudiu Nanuque em experiências anteriores.

 

Estudiosos da Ciência Política concordam que, para a saúde democrática e renovação do espírito público e da esperança do povo, não convém reeleger político no exercício do mandato. Política não é profissão; mandato político é exercício transitório. Renovar é preciso.

 

Um exemplo claro é o do ex-prefeito Nide, que se elegeu pela primeira vez 44 anos atrás, em 1976, já governou por três mandatos, mas nunca se reelegeu no exercício do poder. Em resumo, Nide administrou Nanuque por 14 anos (um mandato de seis anos e dois de quatro), sem reeleição.

 

Um fantasma que incomoda os detentores do poder em pleno mandato é o sentimento de rejeição manifestado pelos eleitores, fato sempre mostrado nas pesquisas de opinião pública que antecedem as campanhas. Só que, quando estão no poder, prefeitos normalmente são tentados a persistir na ideia de continuar no comando. Aí, o indesejado acontece. (Texto: Prof. Ademir Jr.)

 

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