quinta-feira, 5 de novembro de 2020

ATENÇÃO, CANDIDATOS! NÃO FIQUEM PENSANDO QUE SOMENTE AS REDES SOCIAIS VÃO GARANTIR ELEIÇÃO.

  

Quase 50% do eleitorado de Nanuque é formado por analfabetos, por cidadãos que apenas leem e escrevem e, ainda, por pessoas que nem concluíram o ensino fundamental

 



Todos os dias, de domingo a domingo, recebo em média algo na faixa de 80 a 120 mensagens de WhatsApp exclusivamente de candidatos a vereador, sem contar as de candidatos a prefeito - em número menor, claro. Por semana, passam de 500; por mês, ultrapassam 2 mil.

 

Já nas eleições municipais de 2016 e, mais intensamente, nas eleições de governador e de presidente da República, em 2018, alguns ditos “marqueteiros” (“marketeiros" para alguns) diziam que as redes sociais decidiriam as eleições. Ou seja: quem fizesse bom uso desses canais, com certeza chegaria mais rapidamente e com certa proximidade ao eleitor, traduzindo-se em voto.

 

Agora em 2020, cabe a pergunta:

 

- Redes sociais vão garantir a eleição de quem mesmo, se todo mundo está fazendo uso exagerado delas?


Virou uma espécie de padronização.


Como se não bastasse, as mensagens são parecidas: imagens e frases curtas de autoajuda, versículos bíblicos, datas comemorativas, conselhos morais e espirituais, acompanhados do inevitável pedido de voto.

 

Poucos arriscam fazer diferente. E quem faz diferente, acaba sendo ignorado, diante da profusão e esbanjamento de fotos, cards, banners, gifs e outras coisinhas que movimentam o aplicativo de celular. Quando o assunto é Facebook ou Instagram, vão na mesma linha.

 

            E outra pergunta, indispensável:

 

            - As mensagens publicadas/enviadas nas rede sociais atingem todo mundo?

 

            Durante a pandemia, fui contratado para coordenar uma pesquisa de opinião pública eleitoral em uma cidade vizinha de Nanuque. Um dos questionamentos era exatamente a respeito do uso de redes sociais. Ficou constatado que nada menos que 28% dos eleitores consultados não fazem uso dessas maravilhas da tecnologia.

 

            Direcionando a Nanuque, vou às estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e verifico que, no quesito escolaridade, o eleitorado do Município é composto por 2.786 eleitores completamente analfabetos, o que corresponde a 9,38% dos 29.715 cidadãos que estão em situação regular para o exercício do voto.

 

            Somando-se a estas quase 3.000 pessoas assumidamente analfabetas, temos a faixa dos que declaram saber “ler e escrever” – 3.224 cidadãos (10,85%) e aqueles que ainda não concluíram o ensino fundamental – 8.461 pessoas (28,47%).


    No total, chega-se a um universo de 14.471 eleitores - 48,6% do total.

 

Dependendo do texto e do contexto da mensagem, com certeza muita postagem que é enviada ou publicada nas redes não consegue ser lida, entendida, absorvida, compreendida, interpretada.

 

Por isso, ontem, hoje e sempre, vale recomendar aos candidatos: o corpo a corpo continua sendo insubstituível, mesmo em tempos de pandemia.

 

Por isso, aconselho: máscara, álcool em gel e sola de sapato.

 

Vamos caminhar! Subir e descer ladeiras! Pedir votos no centro, mas, principalmente, nos bairros, nos distritos.

 

Ao enviar ou compartilhar uma mensagem, pode ser que o seu eleitor não saiba lê-la. Aí, não vai adiantar muita coisa.

 

Faltam nove dias para as eleições.

 

Sebo nas canelas! Vamos pedir votos!

 

Rede social é bom? Claro. É preciso? Sim. Mas todo mundo está usando, e de forma muito parecida, muito igual. Acaba ficando desinteressante.

 

Ou você inova, cria, mostra propostas de trabalho, algo substancial, ou você será apenas mais um entre os mais de 170 candidatos a vereador.

 

Como se diz, “fica a dica”.

 

Aproveitem os poucos dias que faltam para as eleições e vão atrás do eleitor, em corpo e alma.

 

Prof. Ademir Rodrigues de Oliveira Jr.

 

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