Ele foi o governador “da virada” em Nanuque nas eleições de 1994 e o 4º deputado mais votado em 2010
Na tarde desta terça-feira (24), o placar final do
julgamento do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) no Tribunal de Justiça de
Minas Gerais (TJMG) ficou em três votos favoráveis à manutenção da condenação e
dois contrários. Com isso, formou maioria no entendimento de que a condenação
do tucano deve ser mantida.
O relator do processo, desembargador Júlio César Lorens,
negou os embargos infringentes a Azeredo e foi acompanhado pelo desembargador
Pedro Vergara e Adilson Lamounier. "Como governador do estado de Minas,
ele tinha a plena posse do numerário entregue a título de patrocínio às
estatais, determinando inclusive a conta para serem depositados", disse
Vergara. Já o desembargadores Alexandre Victor de Carvalho e Eduardo Machado
votaram contrário ao relator e acolheram o recurso da defesa.
Sobre a prisão de Azeredo, a defesa considera que ainda
cabe recurso no processo em segunda instância, o chamado embargo declaratório.
Na sustentação oral, o advogado Castellar Modesto de Carvalho Júnior destacou
que, no caso confirmação da condenação, o tribunal deveria esperar todos os
recursos em segunda instância.
DESVIO DE R$ 3,5 MILHÕES
O ex-governador tucano é acusado de ter desviado R$ 3,5
milhões em recursos de três estatais mineiras para sua campanha à reeleição em
1998. Azeredo teve a condenação confirmada pela 5ª Câmara Criminal do TJ em
agosto de 2017. Na ocasião, com dois votos pela condenação e um pela
absolvição, os desembargadores reduziram em nove meses a pena da primeira
instância.
No julgamento desta tarde, o procurador de Justiça
Antônio de Padova Marchi Júnior pediu aos desembargadores a confirmação da
condenação de Azeredo nos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. "Sua
campanha funcionou como um laboratório de um esquema de corrupção que se
alastrou no meio político", afirmou.
Já a tese da defesa do tucano adotada no julgamento é de
que não houve crimes de peculato. "Todos os dirigentes eximem o governador
de qualquer responsabilidade. Não aparece o governador em nenhum momento",
afirma o advogado de Azeredo, Castellar Modesto de Carvalho Júnior.
O advogado cita o ex-secretário de comunicação de
Azeredo, Eduardo Guedes, e o agora secretário de Estado da Fazenda, José Afonso
Bicalho, então presidente do Bemge, também condenados. "E, se não há o que
se falar em peculato, cai por terra o crime precedente de lavagem de
dinheiro", afirmou. (Texto transcrito do jornal Estado de Minas)
GOVERNADOR “DA VIRADA” EM NANUQUE
Ex-governador, ex-senador e, por último, deputado,
Eduardo Azeredo (PSDB) sempre foi bem votado em Nanuque.
Azeredo ficou famoso na cidade e região por ser o
governador “da virada” nas eleições de 1994, há 24 anos. No primeiro turno, seu
adversário Hélio Costa, que concorreu na época pelo PP, obteve em Nanuque 8.517
votos contra apenas 2.507 dados a Azeredo (PSDB). Veio o segundo turno da
disputa e, surpreendentemente, Azeredo virou o jogo, recebendo 11.374 votos dos
nanuquenses. Hélio Costa caiu para 7.009.
Nas eleições de 2010, Azeredo foi o 4º deputado federal
mais votado no Município, com 1.361 votos.
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