Consumidores da cidade agora serão obrigados a viajar pelo menos 160 km para ter atendimento presencial
A direção da Companhia
Energética de Minas Gerais (Cemig) decidiu encerrar as atividades de 54
agências no estado, incluindo a de Nanuque. Com a medida, o consumidor que mora
na cidade será obrigado a se deslocar até 160 km, no caso de ser obrigado a
resolver algum assunto específico que exija presença física, para ser atendido
no escritório de Teófilo Otoni.
Emerson Andrada, coordenador
do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas
Gerais (Sindieletro MG), afirma que nos últimos anos a gestão da Cemig tem
encerrado praticamente todas as agências localizadas em cidades de pequeno e
médio porte. Como alternativa, além do remanejamento para cidades vizinhas, a
empresa também propõe que nas cidades onde o serviço foi extinto comerciantes
atuem como “representantes autorizados” da Cemig.
Na avaliação do sindicalista,
a decisão é mais uma medida para gerar lucro aos acionistas, pois barateia os
custos da empresa. Na contramão, para o consumidor, além da piora no
atendimento, a ausência de uma agência da Cemig também simbolizará para os consumidores
uma empresa distante e sem preocupação com seus clientes.
“Quando o povo reclama do
serviço mal prestado, a gestão Zema, que deteriora a empresa, aponta a
privatização como solução. Enquanto a verdadeira solução é a gestão pública
voltada para os interesses do consumidor e não dos acionistas”, reforça.
Trabalhadores sobrecarregados
Com o encerramento das
atividades, os funcionários de outras agências e serviços, como call center,
ficarão sobrecarregados. Emerson Andrada explica que há relatos de
trabalhadores que atuam em municípios que não contam mais com agência, sendo
abordados por moradores insatisfeitos. “Muitas vezes o eletricista vai
restabelecer o serviço na região e os moradores abordam esse trabalhador para
tirar dúvidas sobre outras demandas”, conta.
Além disso, o sindicalista
pontua que sem oportunidade na Cemig, a expertise dos trabalhadores que atuavam
nas agências é desperdiçada. “Como é um treinamento muito especializado e não
tendo outras empresas a oferecer esse mesmo tipo de serviço, o trabalhador fica
sem ter onde praticar esse conhecimento, tendo que se reinserir em outra
atividade no mercado”, exemplifica.
Emerson ressalta que um dos
fatores essenciais da avaliação da eficiência operacional por parte da Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é o tempo de atendimento das faltas de
energia, que se negligenciadas em conjunto com outras metas, pode provocar a
caducidade da concessão. “Chega a ser criminoso o que a política de Zema está
fazendo, porque age contra o interesse do povo e contra o patrimônio mineiro ao
tornar a Cemig incapaz de atender aquilo a que ela se destina, que é um
fornecimento com qualidade, continuidade e preço justo ”, pontua.
Questionada pela reportagem
sobre o motivo para o encerramento das atividades nas agências em questão, a
Companhia Energética de Minas Gerais
(Cemig) não explicou a decisão para o encerramento dos serviços, mas
pontou por meio de nota que “vem conduzindo em toda a sua área de concessão um
projeto que visa transformar o processo de atendimento presencial aos seus
clientes em diversos municípios, a partir do qual os atendimentos serão
prestados em parceria com um estabelecimento comercial do munícipio, e não mais
pela Agência de Atendimento”, esclarece.
Sobre as soluções ofertadas
aos consumidores diante da mudança, a companhia afirma que “nenhum cliente terá
que se deslocar para receber atendimento presencial. Trata-se apenas de mudança
na forma de atendimento presencial” e que a Cemig continuará prestando
atendimento presencial aos seus clientes “garantindo a estrutura de atendimento
oferecida hoje nas Agências de Atendimento, composta por 1 (um) atendente e 1
(um) totem de autoatendimento, por meio de um parceiro devidamente treinado”,
afirmam em documento.
Já sobre a situação dos trabalhadores que atuavam nestas agências, a Cemig informou que os mesmos estão sendo remanejados. (Informações: brasildefatomg.com.br - texto de Amélia Gomes - edição: Elis Almeida)
Confira a relação de
municípios que terão suas agências fechadas:
1. Abaeté
2. Aimorés
3. Andradas
4. Arcos
5. Bambuí
6. Barão
de Cocais
7. Brasília
de Minas
8. Brumadinho
9. Campanha
10. Campos
Gerais
11. Carmo do
Cajuru
12. Carmo do
Paranaíba
13. Cláudio
14. Conselheiro
Pena
15. Coração de
Jesus
16. Corinto
17. Coromandel
18. Elói
Mendes
19. Esmeralda
20. Espinosa
21. Guanhães
22. Inhapim
23. Ipanema
24. Itamarandiba
25. Iturama
26. Jaboticatuba
27. Jacutinga
28. Jaíba
29. Juatuba
30. Lambari
31. Lima
Duarte
32. Mantena
33. Mateus
Leme
34. Monte Sião
35. Mutum
36. Nanuque
37. Nepomuceno
38. Oliveira
39. Ouro Fino
40. Paraisópolis
41. Pitangui
42. Porteirinha
43. Prata
44. Rio Pardo
de Minas
45. Sacramento
46. Santa
Bárbara
47. Santo
Antônio do Monte
48. São
Gonçalo do Sapucaí
49. São
Gotardo
50. Sarzedo
51. Taiobeiras
52. Três
Marias
53. Tupaciguara
54. Vargem da
Palma.
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