Palavra do Editor: PREFEITO ROBERTO DE JESUS COMPLETA 52 ANOS NESTE SÁBADO

Em busca do tempo perdido, festa de aniversário poderia reunir representantes de vários grupos políticos e celebrar o perdão 

No plano administrativo, o prefeito Roberto de Jesus (DC) iniciou 2020 “saboreando” – a contragosto, diga-se! – os mesmos petiscos que compuseram o cardápio na mesa de quase todos os dias de 2019: greve dos servidores públicos iniciada em novembro e alongada até 12 de fevereiro por causa de salários atrasados, incluindo 13º de dois anos, popularidade em baixa, governo parado em termos de obras e serviços, e até mesmo a limpeza pública tem deixado a desejar.

Apesar dos dias de agonia, Roberto dá sinais de fôlego e demonstra a todo momento que acredita numa possível “Volta por Cima”, aliás, título de um grande clássico da MPB da década de 1960, autoria do compositor Paulo Vanzolini, cujo trecho mais lembrado ressalta: “Reconhece a queda / e não desanima. / Levanta, sacode a poeira. / E dá a volta por cima.”

TUDO VIRA POSTAGEM DO PREFEITO NAS REDES SOCIAIS - Um dos indicativos de que o prefeito ainda “acredita” está nas constantes postagens que o próprio vem fazendo incansavelmente nas redes sociais.

Foto-mensagem enviada pelo prefeito nas redes sociais nesta terça (11/2/20)

Sou apenas um dos exemplos de quem recebe mensagens do prefeito no WhatsApp todo dia. Se tem um caminhão de lixo passando na rua “X”, ele posta a foto; se tem um operário fazendo operação "tapa-buraco", ele posta a foto; se uma secretaria municipal realiza qualquer evento, ele posta a foto; se faz um pagamento de salário a determinada categoria de servidor (nada mais que obrigação), mesmo com atraso, ele posta a mensagem. E assim, aproveitando cada micropedaço do que já se fragmentou, ele demonstrar estar firmemente empenhado na busca do tempo perdido.

Neste sábado, 15 de fevereiro, o prefeito deve apertar a tecla da pausa na rotina administrativa para festejar os seus 52 anos de idade. No meio político, circula a notícia de que uma comemoração estaria sendo preparada, inclusive com convites distribuídos a representantes de vários segmentos sociais, principalmente grupos políticos. Pode parecer uma rara oportunidade de se juntar os cacos.

O renomado psiquiatra e escritor Augusto Cury, a quem muitos buscam socorro no terreno da autoajuda, certa vez afirmou: “Ser feliz é encontrar força no perdão, esperanças nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida.”

Cada um deve lutar com as armas que tem. É direito. E o prefeito tem direito ao seu dia e às dezenas, centenas ou milhares de “Parabéns!”, sinceros ou não. Afinal, faltam pouco mais de sete meses para as eleições e, pelas atitudes do prefeito, há indicativos de que ele tentará a reeleição. Outro direito.

REELEIÇÃO É MISSÃO DIFÍCIL, MAS NÃO IMPOSSÍVEL

Nanuque completou 71 anos de emancipação em dezembro do ano passado e, até agora, apenas um caso de reeleição aconteceu: o do médico Armando Rodrigues Gomes, eleito vice-prefeito em 2000 e, com a cassação do titular Jorge Luiz Miranda, ele assumiu o cargo dia 30 de março de 2003, governou por um ano e oito meses e concorreu na disputada eleição de 2004, conquistando vitória nas urnas sobre dois outros ex-prefeitos: Teodoro Saraiva Neto, que ficou em segundo lugar, e Nide Alves de Brito, terceiro colocado.

Em 2000, Rubão, primeiro prefeito a tentar reeleição na história de Nanuque, ficou em 3º lugar, com 19% dos votos apurados; em 2008, Gordinho, no poder, concorreu a mais quatro anos e também ficou em 3º lugar (24% dos votos); e, mais recentemente, na disputa de 2016, Ramon não passou de um 4º lugar (8%).

Em 2016, dos 31.168 eleitores que estavam aptos para o voto em Nanuque, somente 20.537 votos válidos foram apurados, cabendo a Roberto apenas 6.992, equivalente a 34,05% do total apurado, mas quantidade suficiente para se eleger.

Não bastasse, fevereiro é mês de Carnaval, e só faltam alguns dias para a maior festa popular do mundo acontecer. Depois da Quarta-Feira de Cinzas, volta-se à realidade.

(Texto: Prof. Ademir Rodrigues de Oliveira Jr.)