Thaís: “A carga horária lá era maior, o salário era menor
e nós não recebíamos em dia.”
A médica Thaís de Oliveira Cardoso (foto de Ronaldo Silveira - jornal O Tempo - Betim-MG) |
A médica Thaís de Oliveira Cardoso, de 25 anos, que atuou
recentemente na área de saúde pública em Nanuque, assumiu na semana passada uma
das vagas de trabalho que eram ocupadas por médicos cubanos nas Unidades
Básicas de Saúde (UBSs) da cidade de Betim/MG, Região Metropolitana de Belo
Horizonte, dentro do Programa Mais Médicos.
Ao assumir o posto, afirmou: “Fui muito bem recebida pela
equipe e pelos moradores. Gostei muito da estrutura do posto de saúde, que é
muito melhor do que a da unidade em que eu trabalhava antes”, afirmou a médica,
referindo-se a Nanuque.
Os médicos do Mais Médicos recebem um salário bruto de R$
11.865,60 por 36 meses, com possibilidade de prorrogação. As atividades dos
profissionais incluem oito horas acadêmicas teóricas e 32 horas na unidade.
Segundo Thaís, atuar no Mais Médicos tem mais vantagens, por
isso ela optou por sair do posto em que atuava em Nanuque. E reclamou: “A carga
horária lá era maior, o salário era menor e nós não recebíamos em dia. Agora,
no programa, tenho a certeza que vou receber no fim do mês.”
(Fonte: Conselho Reg. Medicina/MG) |
Formada na Faculdade de Minas (Faminas), em BH, Thaís
acredita que o rompimento de Cuba ao Mais Médicos beneficiou os profissionais
brasileiros. “Desde que me formei, queria fazer parte do programa. O rompimento
de Cuba com o Brasil criou essa oportunidade”, admitiu.
Saída de Cuba
A saída dos médicos cubanos do Brasil foi uma decisão
unilateral do governo de Cuba, anunciada no dia 14 de novembro, depois que o
presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), fez exigências para a continuidade do
programa Mais Médicos no Brasil.
Em declaração publicada em seu Twitter, também no dia 14,
Bolsonaro defendeu que, para que o acordo entre os dois países continuasse, os
profissionais cubanos teriam que realizar teste de capacidade, receber
integralmente o salário pago pelo governo brasileiro e ter liberdade para
trazer suas famílias para o Brasil. O comunicado de Cuba da decisão de romper
com a parceria foi feito logo após as declarações de Bolsonaro.
Logo após o ocorrido, o governo federal, mesmo sem
Bolsonaro ainda ter assumido como presidente, lançou edital para recrutar 8,5
mil médicos para substituir os cubanos, prometendo efetivar as trocas neste mês
de dezembro. (Com informações do jornal O Tempo, de Betim/MG - 06/12/2018)
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