Eleitor sustenta tradição de não manter no poder quem está no cargo
A voz da consciência aconselha: “Prefeito, esquece reeleição!”
Respeitando a sabedoria de nossos pais, acredita-se que, quando Deus quer orientar e aconselhar uma pessoa, Ele se manifesta através da consciência da própria pessoa. Em política, não é diferente.
A voz da consciência (ou de Deus) já foi sussurrada nos ouvidos de pelo menos três ex-prefeitos quando eles estavam no poder e tentaram a reeleição: Rubem Messias Barbosa (Rubão), Fábio Garcia Tigre (Gordinho) e Ramon Ferraz Miranda. Só que nenhum dos três quis ouvir; os três preferiram acreditar no improvável e se deram mal nas urnas.
Em 2000, Rubão, primeiro prefeito a tentar reeleição na história de Nanuque, ficou em 3º lugar, com 19% dos votos apurados; em 2008, Gordinho, no poder, concorreu a mais quatro anos e também ficou em 3º lugar (24% dos votos); e, mais recentemente, na disputa de 2016, Ramon não passou de um 4º lugar (8%).
Historicamente, reeleger prefeito que está no mandato não tem sido regra nas eleições de Nanuque. O eleitor, em sua absoluta maioria, sempre faz opção pela alternância de poder.
APENAS DR. ARMANDO CONSEGUIU REELEIÇÃO
O Município completou 70 anos de emancipação em dezembro do ano passado e, até agora, apenas um caso de reeleição aconteceu: o do médico Armando Rodrigues Gomes, eleito vice-prefeito em 2000 e, com a cassação do titular Jorge Luiz Miranda, ele assumiu o cargo dia 30 de março de 2003, governou por um ano e oito meses e concorreu na disputada eleição de 2004, conquistando vitória nas urnas sobre dois outros ex-prefeitos: Teodoro Saraiva Neto, que ficou em segundo lugar, e Nide Alves de Brito, terceiro colocado.
TEORIAS
“Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram”. O ensinamento é do escocês Alexander Graham Bell, considerado o inventor do telefone, que faleceu há 100 anos. A frase sintetiza parte do que sacudiu Nanuque em experiências anteriores.
Estudiosos da Ciência Política concordam que, para a saúde democrática e renovação do espírito público e da esperança do povo, não convém reeleger político no exercício do mandato. Política não é profissão; mandato político é exercício transitório. Renovar é preciso.
Um exemplo claro é o do ex-prefeito Nide, que se elegeu pela primeira vez 43 anos atrás, em 1976, já governou por três mandatos, mas nunca se reelegeu no exercício do poder. Em resumo, Nide administrou Nanuque por 14 anos (um mandato de seis anos e dois de quatro), sem reeleição.
Um fantasma que incomoda os detentores do poder em pleno mandato é o sentimento de rejeição manifestado pelos eleitores, fato sempre mostrado nas pesquisas de opinião pública que antecedem as campanhas.
Ano que vem, mais uma eleição municipal. Novamente, o destino de Nanuque em jogo.
Ainda volto a abordar o assunto. Prometo.
PROF. ADEMIR RODRIGUES DE OLIVEIRA JR.
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