ENTREVISTA - 5 PERGUNTAS PARA: PROF. TIM

Prof. Tim

João Gonçalves dos Santos, o conhecido Prof. Tim, tem 73 anos, é economista e por vários mandatos respondeu pela presidência do Partido Popular Socialista (PPS) em Nanuque. Observador da política local, lidera um grupo que sempre participa de maneira influente das eleições locais.

- O PPS participou das últimas eleições municipais com candidatura própria a prefeito e ficou em terceiro lugar, numa campanha que teve sete candidatos. Além disso, fez o vereador mais votado. O partido já tem uma linha de ação para a disputa de 2020?

- Em nível nacional e, é claro, também em nosso Município, o PPS sempre foi um partido que trabalhou com interesse de fazer uma gestão totalmente diferenciada das do passado, e tem buscado nomes nessa direção. Acredito que  repetir insucesso nunca foi e nem será o pensamento do partido. Estamos observando nomes que futuramente venham a fortalecer a legenda, na meta de ter candidato próprio a prefeito com índice e probabilidade de maior sucesso possível.

- Depois de um ano e meio do prefeito Roberto de Jesus (PSDC) no poder, como o senhor  avalia o governo municipal? Quais os principais erros e acertos do gestor?

- Vejo um governo fragilizado pelo excesso de expectativas dos munícipes de um lado e, de outro, falta de planejamento para atender as metas da sua proposta de governo. Falta-lhe articulação política interna e externa. Um governo fechado, pequeno, sem perspectiva de avanço desenvolvimentista. Sobre os erros, relaciono: desconhecimento do poder político na gestão, restringindo o relacionamento sociopolítico. O gestor precisa da comunidade política para atender ao todo, o momento seria de governar usando os recursos próprios humanos e estruturais  para minimizar ao máximo os custos operacionais do Município e, consecutivamente, terceirizar o mínimo possível. Quanto a acertos, até o presente momento vislumbrou-se na transparência.

- De que forma a conjuntura econômica do país e do estado de MG interfere na administração municipal?

- A interferência na conjuntura econômica de nosso Município se dá conforme o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Historicamente, debitamos ao nosso passado de gestões mal-sucedidas. No nosso caso, as receitas para atender as aspirações dos nossos munícipes são exclusivamente de repasses federais e estaduais, em ritmo minguante.

- Como o senhor vislumbra as eleições deste ano para deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente da República?

- As eleições de 2018 sinalizam que poderá ser uma grande frustração, com previsão de muitos votos nulos, votos em branco e abstenções. Além disso, os chamados ‘votos negociáveis’ terão uma grande queda. Os partidos tradicionais podem tirar o cavalinho da chuva, haverá uma votação expressiva para as siglas pequenas organizadas e que tenham uma base ativa articulada de seguidores. Reeleição, em todos os poderes, muito raro.

- Que Nanuque o senhor quer no presente e no futuro?

- Gostaria de ter uma Nanuque de reconstrução, com oportunidades de emprego e renda a todo nanuquense, especialmente para que os jovens tenham razões para permanecerem aqui, e que a população ativa do futuro venha equiparar, em níveis proporcionais, a população ativa de 1960, quando tínhamos renda per capita equivalente às três maiores cidades do estado de Minas Gerais. A educação foi o primeiro elemento produtivo de bens e serviços, e terceiro fator econômico do município, perdendo para comércio, indústria e pecuária. Perseverança deve ser a nossa resistência, por momentos muito piores que nosso município, nosso estado e país viveram. Eu acredito que haverá um momento em que não teremos vergonha de assumir atitudes verdadeiramente cidadãs.