terça-feira, 15 de julho de 2025

NAILSON: UM “PATRIMÔNIO” DO NOSSO CONVÍVIO SOCIAL NANUQUENSE

 Amigos se mobilizam em corrente de apoio para aquisição de novo triciclo

 



Assim que passou a semana de Carnaval do ano de 1961, mais de 60 anos atrás, no dia 18 de fevereiro, ele nasceu em Nanuque. Era o terceiro filho de ‘dona’ Dalvadízia Santos Felipe e ‘seu’ Nilton Felipe dos Santos. Depois dele, o casal teria mais três filhos, completando a família de seis irmãos.

 

Nasceu e morou (e mora) o tempo inteiro ali na Rua Poços de Caldas, região central da cidade, proximidades da Praça Francelino Francisco.

 

Com o pai e a irmã Nilcemarcia


UM SENHOR APOSENTADO DE 64 ANOS

 

Nailson Felipe dos Santos, hoje um frenético senhor com exatamente 64 anos, aposentado, teve uma vida profissional bastante intensa em Nanuque cidade. Após concluir o curso técnico de Contabilidade no Colégio Stella Matutina, começou trabalhando na conceituada casa de peças do grupo Irmãos Serra S.A. (Serrinha). Depois, atuou no extinto Banco Nacional (época em que o sonho de quase todo jovem era ser bancário) e foi até representante comercial da rede Martins Atacadista.

 



Em 1998, aos 37 anos, sofreu dura adversidade com um acidente de carro que o deixou paraplégico. Pouco tempo depois, mesmo com as dificuldades de locomoção, ainda trabalhou por mais de 15 anos na loja K&P Car, de equipamentos sonoros e peças para automóveis, do amigo Kleber Almeida. A loja fechou em 2015, há dez anos, e Nailson foi o último colaborador desligado da empresa.

 

SOBRE O TRICICLO, UM “FIGURAÇA”

 

Daí por diante, tal qual o “Vital” da música do grupo Paralamas, Nailson seguiu sua vida sobre a antiga motocicleta azul de tanque retangular, adaptada como triciclo. Durante a semana e, principalmente, aos sábados e domingos, era visto ali e acolá, sempre rodeado de amigos, em rodas de bate-papo, cervejada, churrasco e em clima de gozações recíprocas e assuntos variados, como futebol (um vascaíno dos mais aborrecidos), política e fofocas do dia a dia.

 


Com a filha Taynan, que reside em Vitória-ES


UM TRISTE E DESAGRADÁVEL CONTRATEMPO

 

Ano após ano, Nailson tornou-se uma espécie de “patrimônio” do nosso convívio social. Simpático e agradável para uns, polêmico e questionador para outros, chato e irritante para alguns, enfim, não diferente da imensa maioria das pessoas quando são analisadas em seus diversos perfis e atitudes.

 

Como dizem os mais velhos, “nem Jesus Cristo agradou a todos”.

 



Algumas semanas atrás, porém, uma inesperada notícia foi disseminada nas redes sociais, quando Nailson foi surpreendido e, como decorrência de um ato fortuito, ficou impedido de continuar trafegando por nossas ruas, como fez ao longo de quase três décadas.

 

Não está no raio da minha alçada emitir opiniões a respeito do fato ocorrido em si, mas tão-somente lembrar que, em momentos assim, costuma sobrevir uma espécie de “terceira lei de Newton”, aplicada tanto na Física como na vida cotidiana das pessoas, também conhecida como “lei da ação e reação”.

 

Se, de um lado, a mobilidade do nanuquense sessentão ficou momentaneamente suspensa, de outro veio a reação imediata da sociedade, fermentada por seus amigos de ontem e de hoje, que resultou em campanhas, bingos, vaquinhas e ações destinadas à aquisição de um novo triciclo, com certeza mais moderno e confortável, para o assento triunfal deste cidadão tão querido, sorridente e alto-astral, mesmo sendo polêmico e contestador em determinados assuntos, principalmente quando se trata de política.


👉 Chave pix para contribuição: 

27 9 8181 4060 - Taynan Brano de Souza Felipe 



Até a finalização deste texto, na tarde desta terça-feira (15/7), informações davam conta de que um recurso considerável já havia sido arrecadado, mas ainda insuficiente para comprar o veículo. Mas, sem demora, o complemento virá, na perspectiva de que, em poucos dias, Nailson esteja de volta às nossas ruas e avenidas e praças, exibindo a nova máquina, dentro das permissões da legislação vigente, é claro, aquecendo o inverno com seu jeito peculiar de ser e de viver. (Texto: Prof. Ademir Rodrigues de Oliveira Jr.)

 

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