sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

EXONERAÇÕES DE ZEMA ATINGEM REDE MINAS, QUE CORRE RISCO DE SAIR DO AR


Desde ontem, a programação tem sido praticamente reprisada, pois a maioria dos jornalistas da área de produção foi exonerada. Os telejornais também estão comprometidos.


A programação da Rede Minas corre o risco de não ir ao ar nos próximos dias, afirmam funcionários da TV mineira. Cerca de um terço do quadro de trabalhadores da empresa foi exonerado na quarta-feira (2) e, como parte exercia funções técnicas, existe a chance de que não haja mão de obra especializada suficiente para colocar as atrações no ar a partir desta semana.

Segundo funcionários, que preferiram não ter os nomes publicados, profissionais que haviam tirado férias em janeiro estão sendo chamados para retornar ao trabalho na TV. Entre os exonerados, estariam trabalhadores de todas as áreas, como jornalismo, produção, técnica e transporte.

A Rede Minas é uma fundação pública, sem fins lucrativos, com autonomia administrativa e financeira. Ela seria incorporada à Empresa Mineira de Comunicação (numa fusão com a Rádio Inconfidência), mas o processo de transferência de outorga não havia sido concluído até 2018.

O Sindicato dos Jornalistas criticou a exoneração de funcionários da Rede Minas em uma postagem no Facebook, dizendo que a ação coloca “em risco o funcionamento da TV que, infelizmente, não consegue ir ao ar em função do reduzido número de concursados”. De acordo com o sindicato, a presidente da Rede Minas, Luiza Castro, e o presidente da Rádio Inconfidência, Elias Santos, foram exonerados e as duas empresas estão sem comando. Mas, no caso da rádio, o número de exonerações teria sido menor.

A Rede Minas teve sua programação afetada e pode sair do ar após exoneração de funcionários comissionados, que segundo o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais representam 34% dos funcionários da emissora.

Por enquanto, foram exonerados 75 dos 219 servidores da Rede Minas. Alguns comissionados demitidos da área técnica continuaram trabalhando voluntariamente na quarta-feira e quinta-feira para impedir que a emissora saia do ar. Entre os demitidos estão funcionários da área de logística, compra e manutenção dos equipamentos, editores, produtores e operadores das estações onde ficam as antenas da emissora.

“A programação desde ontem tem sido praticamente reprisada, pois a maioria dos jornalistas da área de produção foi exonerada. Os telejornais também estão comprometidos já que foram demitidos 11 cinegrafistas. A TV, de acordo com a legislação federal, é obrigada a manter um número mínimo de horas diárias de telejornal para não ter a concessão cassada. Os servidores não sabem até quando vão conseguir manter o noticiário no ar”, diz a nota do sindicato dos jornalistas.

A assessoria de comunicação da TV afirmou que apenas a superintendência de comunicação do governo pode falar sobre o assunto.  Procurado, o setor ficou de se manifestar sobre o assunto, por meio de nota.
Exonerações

Uma edição extra do Diário do Executivo, publicado nessa terça-feira (1º), decretou a exoneração de servidores comissionados do governo do Estado em diversos setores. O decreto foi a assinado por Romeu Zema (Novo) e, segundo a assessoria, não trata das mesmas exonerações anunciadas pelo ex-secretário de Planejamento do Estado, Helvécio Magalhães, na última sexta-feira (28).

Os funcionários dispensados ocupavam cargos de recrutamento amplo, ou seja, que foram nomeados de forma livre pelo executivo estadual e podem, da mesma forma, serem exonerados. Além dos nomeados diretamente para esses cargos, o decreto exonera também servidores de carreira que tenham sido realocados em cargos comissionados. Estes, a partir de então, voltam à posição de origem. (Fonte: jornais Hoje em Dia e Estado de Minas, de Belo Horizonte)

TV TRÊS FRONTEIRAS

No ar há 26 anos, afiliada da Rede Minas, a TV Três Fronteiras, de Nanuque, é a única geradora educativa de programas locais, com destaque para o jornalismo. A emissora retransmite os sinais da Rede Minas no Município, chegando a cidades vizinhas, como Carlos Chagas e Serra dos Aimorés, em Minas Gerais, além de Montanha, Mucurici e Ponto Belo, no norte do Espírito Santo.

Nada foi informado a respeito do futuro da TV local, no caso de uma eventual desativação da Rede Minas. Porém, esta não é a primeira vez que exonerações de funcionários afetam sua programação.


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