Desde ontem, a programação tem sido praticamente
reprisada, pois a maioria dos jornalistas da área de produção foi exonerada. Os
telejornais também estão comprometidos.
A programação da Rede Minas corre o risco de não ir ao ar
nos próximos dias, afirmam funcionários da TV mineira. Cerca de um terço do
quadro de trabalhadores da empresa foi exonerado na quarta-feira (2) e, como
parte exercia funções técnicas, existe a chance de que não haja mão de obra
especializada suficiente para colocar as atrações no ar a partir desta semana.
Segundo funcionários, que preferiram não ter os nomes
publicados, profissionais que haviam tirado férias em janeiro estão sendo
chamados para retornar ao trabalho na TV. Entre os exonerados, estariam
trabalhadores de todas as áreas, como jornalismo, produção, técnica e
transporte.
A Rede Minas é uma fundação pública, sem fins lucrativos,
com autonomia administrativa e financeira. Ela seria incorporada à Empresa
Mineira de Comunicação (numa fusão com a Rádio Inconfidência), mas o processo
de transferência de outorga não havia sido concluído até 2018.
O Sindicato dos Jornalistas criticou a exoneração de
funcionários da Rede Minas em uma postagem no Facebook, dizendo que a ação
coloca “em risco o funcionamento da TV que, infelizmente, não consegue ir ao ar
em função do reduzido número de concursados”. De acordo com o sindicato, a
presidente da Rede Minas, Luiza Castro, e o presidente da Rádio Inconfidência,
Elias Santos, foram exonerados e as duas empresas estão sem comando. Mas, no
caso da rádio, o número de exonerações teria sido menor.
A Rede Minas teve sua programação afetada e pode sair do
ar após exoneração de funcionários comissionados, que segundo o Sindicato dos
Jornalistas de Minas Gerais representam 34% dos funcionários da emissora.
Por enquanto, foram exonerados 75 dos 219 servidores da
Rede Minas. Alguns comissionados demitidos da área técnica continuaram
trabalhando voluntariamente na quarta-feira e quinta-feira para impedir que a
emissora saia do ar. Entre os demitidos estão funcionários da área de
logística, compra e manutenção dos equipamentos, editores, produtores e
operadores das estações onde ficam as antenas da emissora.
“A programação desde ontem tem sido praticamente
reprisada, pois a maioria dos jornalistas da área de produção foi exonerada. Os
telejornais também estão comprometidos já que foram demitidos 11 cinegrafistas.
A TV, de acordo com a legislação federal, é obrigada a manter um número mínimo
de horas diárias de telejornal para não ter a concessão cassada. Os servidores
não sabem até quando vão conseguir manter o noticiário no ar”, diz a nota do
sindicato dos jornalistas.
A assessoria de comunicação da TV afirmou que apenas a
superintendência de comunicação do governo pode falar sobre o assunto. Procurado, o setor ficou de se manifestar
sobre o assunto, por meio de nota.
Exonerações
Uma edição extra do Diário do Executivo, publicado nessa
terça-feira (1º), decretou a exoneração de servidores comissionados do governo
do Estado em diversos setores. O decreto foi a assinado por Romeu Zema (Novo)
e, segundo a assessoria, não trata das mesmas exonerações anunciadas pelo
ex-secretário de Planejamento do Estado, Helvécio Magalhães, na última
sexta-feira (28).
Os funcionários dispensados ocupavam cargos de recrutamento
amplo, ou seja, que foram nomeados de forma livre pelo executivo estadual e
podem, da mesma forma, serem exonerados. Além dos nomeados diretamente para
esses cargos, o decreto exonera também servidores de carreira que tenham sido
realocados em cargos comissionados. Estes, a partir de então, voltam à posição
de origem. (Fonte: jornais Hoje em Dia e Estado de Minas, de Belo Horizonte)
TV TRÊS FRONTEIRAS
No ar há 26 anos, afiliada da Rede Minas, a TV Três
Fronteiras, de Nanuque, é a única geradora educativa de programas locais, com
destaque para o jornalismo. A emissora retransmite os sinais da Rede Minas no
Município, chegando a cidades vizinhas, como Carlos Chagas e Serra dos Aimorés,
em Minas Gerais, além de Montanha, Mucurici e Ponto Belo, no norte do Espírito
Santo.
Nada foi informado a respeito do futuro da TV local, no
caso de uma eventual desativação da Rede Minas. Porém, esta não é a primeira
vez que exonerações de funcionários afetam sua programação.