terça-feira, 21 de maio de 2024

ACARAJÉ COMO PATRIMÔNIO DE VALOR HISTÓRICO E CULTURAL DE NANUQUE

  Nem do Acarajé, que vendeu a iguaria no centro de Nanuque durante 35 anos, elogia proposição apresentada pelo vereador Elson Lima na Câmara

 



O cidadão Aguinaldo Muniz de Araújo, que em julho completará nada menos que 80 anos de idade, tornou-se bastante conhecido em Nanuque como Nem do Acarajé, por ter mantido uma banca de venda da gostosa iguaria durante 35 anos, de 1983 a 2018, funcionando no centro da cidade – sempre na Av. Mucuri, primeiro na entrada da ponte principal, depois na esquina com a Av. Santos Dumont.

 

Elson é autor da proposição apresentada na Câmara


Na noite dessa segunda-feira (20/5), Nem ficou sabendo da proposição apresentada na reunião Câmara pelo vereador Elson Lima (PT), na qual recomendou ao prefeito Gilson Coleta o reconhecimento do Município à produção e venda do acarajé como patrimônio de valor histórico e cultural de Nanuque.

 

Segundo Elson, a indicação é um esboço preliminar de futuro projeto de lei a ser apresentado, para oficializar o reconhecimento.

 

“Pela divisa com o estado da Bahia, e considerando o fato de Nanuque ter sido colonizada em boa parte por nossos irmãos baianos, o acarajé tornou-se iguaria marcante da cidade e deve merecer destaque no cardápio da nossa gastronomia. Dessa forma, a atividade de produção e venda do acarajé deve ser oficialmente entendida como parte do nosso patrimônio histórico e cultural", comentou Elson.

 

O ACARAJÉ – É preparado com um bolinho de feijão-fradinho artesanal, temperado com cebola e sal, frito em azeite de dendê e depois recheado com vatapá (leite de coco, castanha de caju, amendoim e camarão), vinagrete e camarão seco, podendo ser servido “quente” ou “frio”, ou seja, com muita ou pouca pimenta, conforme o linguajar popular.

 

“COMER BOLA DE FOGO”

 

A receita chegou ao Brasil vinda do Golfo do Benim, na África Ocidental, por imigrantes africanos na época da escravidão. A palavra acarajé se origina da língua africana iorubá: akará = bola de fogo e = comer, sendo assim, “comer bola de fogo”.

 

Elson espera contar com o apoio dos colegas quando apresentar o projeto de lei.

 

FOTOS - ARQUIVO DOS ANOS 1980


BANCA DE ACARAJÉ GANHOU APELIDO DE “PLENARINHO”

 

Na esquina das duas avenidas, a banca de acarajé de Nem transformou-se numa espécie de “plenarinho” que convergia gente de todo tipo – políticos (principalmente), intelectuais, cachaceiros, professores, empresários, vendedores, ambulantes, filósofos de plantão e até desempregados. Nem sempre foi engajado politicamente. Filiou-se ao PT em abril de 1981, ou seja, 43 anos atrás, e já disputou eleições de vereador. Permanece fiel ao partido até hoje.

 

“Essa matéria que o Elson apresentou na Câmara merece meu agradecimento e elogio. Muitas cidades brasileiras, principalmente da Bahia, já oficializaram o acarajé como parte do patrimônio cultural e histórico”, comentou o quase oitentão Aguinaldo.

 

Por sua vez, o vereador disse que o reconhecimento vai impulsionar Nanuque no campo da gastronomia, podendo receber, inclusive, recursos do ICMS Cultural.

 

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