Amigos se mobilizam em corrente de apoio para aquisição de novo triciclo
Assim
que passou a semana de Carnaval do ano de 1961, mais de 60 anos atrás, no dia
18 de fevereiro, ele nasceu em Nanuque. Era o terceiro filho de ‘dona’ Dalvadízia
Santos Felipe e ‘seu’ Nilton Felipe dos Santos. Depois dele, o casal teria mais
três filhos, completando a família de seis irmãos.
Nasceu
e morou (e mora) o tempo inteiro ali na Rua Poços de Caldas, região central da cidade,
proximidades da Praça Francelino Francisco.
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Com o pai e a irmã Nilcemarcia |
UM
SENHOR APOSENTADO DE 64 ANOS
Nailson
Felipe dos Santos, hoje um frenético senhor com exatamente 64 anos, aposentado, teve
uma vida profissional bastante intensa em Nanuque cidade. Após concluir o curso técnico de Contabilidade no Colégio Stella Matutina, começou trabalhando na conceituada
casa de peças do grupo Irmãos Serra S.A. (Serrinha). Depois, atuou no extinto
Banco Nacional (época em que o sonho de quase todo jovem era ser bancário) e
foi até representante comercial da rede Martins Atacadista.
Em
1998, aos 37 anos, sofreu dura adversidade com um acidente de carro que o
deixou paraplégico. Pouco tempo depois, mesmo com as dificuldades de
locomoção, ainda trabalhou por mais de 15 anos na loja K&P Car, de
equipamentos sonoros e peças para automóveis, do amigo Kleber Almeida. A loja fechou
em 2015, há dez anos, e Nailson foi o último colaborador desligado da empresa.
SOBRE
O TRICICLO, UM “FIGURAÇA”
Daí
por diante, tal qual o “Vital” da música do grupo Paralamas, Nailson seguiu sua
vida sobre a antiga motocicleta azul de tanque retangular, adaptada como triciclo. Durante a
semana e, principalmente, aos sábados e domingos, era visto ali e acolá, sempre
rodeado de amigos, em rodas de bate-papo, cervejada, churrasco e em clima de
gozações recíprocas e assuntos variados, como futebol (um vascaíno dos mais
aborrecidos), política e fofocas do dia a dia.
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Com a filha Taynan, que reside em Vitória-ES |
UM
TRISTE E DESAGRADÁVEL CONTRATEMPO
Ano
após ano, Nailson tornou-se uma espécie de “patrimônio” do nosso convívio
social. Simpático e agradável para uns, polêmico e questionador para outros,
chato e irritante para alguns, enfim, não diferente da imensa maioria das
pessoas quando são analisadas em seus diversos perfis e atitudes.
Como
dizem os mais velhos, “nem Jesus Cristo agradou a todos”.
Algumas
semanas atrás, porém, uma inesperada notícia foi disseminada nas redes sociais, quando
Nailson foi surpreendido e, como decorrência de um ato fortuito, ficou impedido
de continuar trafegando por nossas ruas, como fez ao longo de quase três décadas.
Não
está no raio da minha alçada emitir opiniões a respeito do fato ocorrido em si, mas
tão-somente lembrar que, em momentos assim, costuma sobrevir uma espécie de “terceira lei de Newton”,
aplicada tanto na Física como na vida cotidiana das pessoas, também conhecida como
“lei da ação e reação”.
Se,
de um lado, a mobilidade do nanuquense sessentão ficou momentaneamente suspensa, de outro veio
a reação imediata da sociedade, fermentada por seus amigos de ontem e de hoje,
que resultou em campanhas, bingos, vaquinhas e ações destinadas à aquisição de
um novo triciclo, com certeza mais moderno e confortável, para o assento
triunfal deste cidadão tão querido, sorridente e alto-astral, mesmo sendo
polêmico e contestador em determinados assuntos, principalmente quando se trata
de política.
👉 Chave pix para contribuição:
27 9 8181 4060 - Taynan Brano de Souza Felipe
Até
a finalização deste texto, na tarde desta terça-feira (15/7), informações davam
conta de que um recurso considerável já havia sido arrecadado, mas ainda
insuficiente para comprar o veículo. Mas, sem demora, o complemento virá, na
perspectiva de que, em poucos dias, Nailson esteja de volta às nossas ruas e
avenidas e praças, exibindo a nova máquina, dentro das permissões da legislação
vigente, é claro, aquecendo o inverno com seu jeito peculiar de ser e de viver. (Texto: Prof. Ademir Rodrigues de Oliveira Jr.)
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